Teste do bafômetro: Polícia Rodoviária orienta motorista após o consumo de pão de forma
Após a divulgação de uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), divulgada no último dia 11, sobre a presença de álcool em produtos de diversas marcas populares de pães de forma, a Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais divulgou um vídeo, orientando os condutores a respeito do teste do etilômetro, ou do bafômetro, com é mais conhecido.
No vídeo a PMRv fez o teste do etilômetro em um voluntário antes e depois de consumir o pão de forma para saber se realmente a presença de álcool no alimento é detectada pelo equipamento.
Primeiro o voluntário assopra o aparelho sem ter comido o pão e o resultado é negativo.
O voluntário faz o teste novamente após ter comido o pão de forma e o resultado é positivo e afere o valor de 0,28 mg/l.
Neste caso, a PMRv orienta o condutor que tenha o conhecimento da composição dos alimentos que consome e se o alimento contém álcool na composição, com é o caso do pão de forma, que ao ser submetido ao teste do etilômetro, que avise o policial e solicite a realização do teste momentos depois. Assista ao vídeo mais abaixo.
A pesquisa
De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, se os pães fossem bebidas, os produtos de cinco marcas seriam considerados alcoólicos, ou seja, com teor de álcool superior a 0,5%: Visconti (teor alcoólico de 3,37%), Bauducco (1,17%), Wickbold 5 Zeros (0,89%), Wickbold Sem Glúten (0,66%), Wick Leve (0,52%), e Panco (0,51%).
Algumas marcas de pães também poderiam não passar no teste do bafômetro, dependendo da quantidade ingerida pelo consumidor. Considerando os índices do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a quantidade segura de álcool no organismo (circulando no sangue) seria abaixo de 3,3 gramas (g) de álcool.
De acordo com a pesquisa, duas fatias do pão de forma da marca Visconti teriam o equivalente a 1,69 g de álcool; da Bauducco, a 0,59 g; e da Wickbold 5 Zeros, a 0,45 g.
“Para grávidas e lactantes, a ingestão recorrente de álcool, mesmo que em baixas doses, pode afetar o aprendizado e ocasionar problemas de memória.
A síndrome alcoólica fetal (SAF), ocasionada pela ingestão de álcool, é caracterizada por anormalidades no neurodesenvolvimento do sistema nervoso central, retardo de crescimento e problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade”, diz o texto da pesquisa.
O estudo mostra ainda que, caso os pães fossem medicamentos fitoterápicos, seria necessário haver advertências nas embalagens de oito marcas brasileiras.
De acordo com as diretrizes pediátricas europeias, o valor limítrofe de advertência para a presença de álcool em medicamentos fitoterápicos é de 6 miligrama por quilo (mg/kg) de peso corporal para crianças. Considerando uma criança de 12,5 kg, a taxa limite seria de 75 mg.
Essa quantidade é superada, em uma única fatia de pão, nas marcas Visconti (843 mg de etanol), Bauducco (293 mg), Wickbold 5 Zeros (233 mg), Wickbold Sem Glúten (165 mg), Wickbold Leve (130 mg), Panco (128 mg), Seven Boys (125 mg), Wickbold (88 mg).
De acordo com o levantamento, a contaminação dos pães com o álcool pode ocorrer no momento de a indústria acrescentar conservantes nos produtos. “O álcool usado para diluição do conservante [colocado após o pão passar pelo forno] deve ser evaporado até o consumo em si do pão, mas se houver um abuso na quantidade do antimofo ou em sua diluição, isso pode não ocorrer e ocasionar em um pão com um teor de etanol muito elevado”, diz o texto da pesquisa.
Em nota, a Pandurata Alimentos, responsável pela fabricação dos produtos Bauducco e Visconti, disse que que adota rigorosos padrões de segurança alimentar em todo seu processo produtivo e na cadeia de fornecimento. “A empresa possui a certificação BRCGS (British Retail Consortium Global Standard), reconhecida como referência global em boas práticas na indústria alimentícia, e segue toda a legislação e regulamentações vigentes.” – fonte Agência Brasil
Assista ao vídeo do teste do etilômetro