Trote mobiliza equipes do Corpo de Bombeiros na Saturnino de Brito
Duas equipes do Corpo de Bombeiros de Poços de Caldas foram deslocadas para atender uma ocorrência, na manhã desta terça-feira, 2, na tentativa de localizar um corpo que teria sido avistado às margens da Represa Saturnino de Brito. A corporação foi acionada por telefone por uma pessoa que teria passado pelo local de carro, mas tudo não passou de um trote.
Diante das informações, as equipes de salvamento e resgate foram para o reservatório, onde mergulhadores fizeram buscas em vários pontos do reservatório, mas nenhum corpo foi encontrado.
Em janeiro deste ano, outro trote mobilizou as equipes do Corpo de Bombeiros até a Rua Catarina, no Vila Nova, onde uma casa estaria pegando fogo. Ao chegar ao local, os bombeiros perceberam que não havia incêndio algum.
A brincadeira de mau gosto, além de atrapalhar o trabalho do Corpo de Bombeiros e colocar em risco a vida de quem realmente necessita de atendimento imediato, também gera um grande prejuízo ao bolso do contribuinte.
De acordo com levantamento realizado pelo Centro Integrado de Informações de Defesa Social (CINDS), no ano passado, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais registrou 8.249 trotes via telefone, sendo que 7.879 registros são de chamados de ocorrências que não existem. Em 2018, somente nos três primeiros meses do ano, foram registradas 1.822 ligações fraudulentas, tendo o Corpo de Bombeiros se deslocado para atender 1.772 ocorrências falsas.
Prejuízo no seu bolso
Os números poderiam ser ainda maiores se não houvesse treinamento intensivo para que os atendentes possam filtrar as ligações. A estimativa de prejuízo contabilizada nos primeiros meses deste ano aponta que o deslocamento de uma Auto bomba, com 4 militares, para atendimento a uma solicitação falsa de incêndio, por exemplo, pode custar cerca de R$ 500,00 a hora, considerando todos os recursos empregados como homens e equipamentos. Um trote em que haja saída de uma Unidade de Resgate, com 3 militares, custa cerca de R$ 200,00 a hora. Já o emprego inadequado de um helicóptero, com 3 militares, pode chegar a R$6.000,00 a hora.
O deslocamento de uma viatura para uma falsa ocorrência pode resultar na morte de alguém que esteja precisando, de fato, de socorro. Por isso, é importante instruir e monitorar as pessoas para evitar este tipo de brincadeira. O trote é considerado crime, de acordo com o código penal. Uma pessoa, ao propagar informações falsas, pode ser responsabilizada por injúria, difamação e calúnia. Nesse caso, a pena pode variar de três meses a um ano de prisão e multa de R$ 1.505,45, conforme legislação em vigor desde 2016.