Valorização salarial e maior efetivo são cobrados do comando da segurança
Perspectiva de recomposição salarial, melhorias na metodologia das promoções horizontais e das verticais por tempo de serviço, incorporação de abono e concessão de vale-alimentação, pagamento integral e reajuste de diárias, déficit de efetivo, problemas na compensação de banco de horas e divulgação antecipada de escalas, discriminação transparente de verbas de custeio e investimento, assédio moral e sexual e até a obrigação de utilizar o próprio celular e participar de grupos “oficiais” de WhatsApp.
Esses foram alguns dos questionamentos direcionados ao comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel PM Rodrigo Piassi do Nascimento, pelos parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em reunião na manhã desta quinta-feira, 20, na abertura da Prestação de Contas do Governo, edição 2024.
A sabatina integra a programação do Assembleia Fiscaliza, iniciativa que busca monitorar a execução de políticas públicas em Minas Gerais.
Sabatina
À tarde, em outras duas reuniões capitaneadas pela Comissão de Segurança Pública e com outras comissões convidadas da ALMG, foi a vez do comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel BM Erlon Dias do Nascimento Botelho, e da chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Letícia Baptista Gamboge Reis, também serem interrogados pelos parlamentares. O presidente do colegiado, deputado Sargento Rodrigues (PL), comandou as três sabatinas.
As reuniões do Assembleia Fiscaliza se estenderão até a próxima sexta-feira (28). Nelas, serão abordadas a gestão dos órgãos do Executivo no período de 1º de junho de 2023, a 31 de maio deste ano.
O coronel Rodrigo Piassi fez uma apresentação em que descreveu as principais ações da PM nesse período, direcionadas sobretudo a responder questionamentos sobre temas encaminhados à corporação ainda na fase preparatória do Assembleia Fiscaliza.
Déficit de efetivo
Entre outros tópicos, o comandante reconheceu o déficit de efetivo, atualmente em 38.339 oficiais e praças, diante de um efetivo previsto pela Lei 22.415, de 2016, que deveria ser atualmente de 51.699.
Sobre isso, ele reforçou que o governo estadual autorizou o preenchimento de 10 mil vagas de 2023 a 2027, sendo que 3.170 já estão com seus ocupantes em treinamento desde o ano passado.
Com relação a problemas em escalas e banco de horas, o coronel prometeu que até o final do ano deve entrar em operação um novo sistema integrado de gestão operacional.
Valorização financeira
Rodrigo Piassi admitiu a necessidade de uma maior valorização financeira e nas carreiras dos militares e disse que tem se empenhado em negociar isso com a cúpula do Executivo, lembrando que as dificuldades financeiras do Estado ainda persistem. “Nossa preocupação é que a política remuneratória seja sempre destinada para ativos e inativos”, lembrou, destacando que os militares reformados representam em torno de 50% do pessoal da PM.
Nesse ponto, Sargento Rodrigues destacou que o déficit salarial acumulado é, na prática, de 37% para a categoria de 2015 a 2023, e lembrou ainda acordos celebrados e promessas de recomposição não cumpridos pelo governador Romeu Zema. “Sabemos que o comando da instituição tenta se virar para solucionar este e outros problemas, mas a resposta do governador tem sido fria e isso parece que contamina todos que vão participar deste governo”, criticou.
Fonte: ALMG