Violência Doméstica e Familiar é tema de oficina do Parlamento Jovem
Os alunos do Parlamento Jovem participaram de uma oficina de formação temática sobre Violência Doméstica e Familiar. O evento foi realizado no plenário da Câmara, com a presença da psicóloga da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, Lêda Chaves Sampaio, e das soldados PM Camila Aparecida Ferreira e Thelma Cássia de Lima, da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica.
O tema do Parlamento Jovem em 2018 é Violência contra a Mulher, dividido nos subtemas Violência Doméstica e Familiar, Violência nos Espaços Institucionais do Poder e Violência e Assédio Sexual. As oficinas têm como objetivo preparar os alunos para o reconhecimento das demandas e para a elaboração de propostas, através do estudo aprofundado do tema e subtemas.
Durante conversa com os alunos, Lêda Sampaio apresentou números referentes à violência contra a mulher no Brasil. Segundo a psicóloga, uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de violência no último ano. No caso das agressões físicas, os números apontam 503 vítimas a cada hora. Com relação à agressão verbal, os dados indicam 22% de vítimas, um total de 12 milhões de mulheres.
Lêda ressaltou que a iniciativa da Câmara em realizar o debate é uma forma de prevenção. “É uma ação preventiva, pois são jovens em seu início da vida afetiva. Além disso, muitos deles até podem vir de lares com casos de violência. Este é um espaço para repensar o que é uma relação saudável. A melhor maneira de combater a violência doméstica é com a prevenção, exatamente o que a Câmara propôs. Através da nova geração é que vamos conseguir quebrar esse câncer na sociedade, que se chama violência contra a mulher”, afirmou.
Em um segundo momento da oficina, os estudantes receberam informações sobre o serviço prestado pela Polícia Militar, através da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica. Os militares responsáveis pelo setor prestam serviço de proteção à vítima real ou potencial e têm a missão de desestimular ações criminosas no ambiente domiciliar. A Patrulha atua sempre em conjunto com outros órgãos da rede de enfrentamento à violência doméstica e tem como objetivo mobilizar e bloquear ações de agressão ou repetição, protegendo a vítima e quebrando o ciclo de violência.
A soldado Camila Ferreira ressaltou que Poços tem, em média, três novos casos de violência contra a mulher todos os dias, em um total de aproximadamente 100 novos casos por mês. O acompanhamento feito pela Patrulha, segundo a militar, alcança um resultado positivo. “Normalmente, os casos que a gente interfere não voltam a acontecer. O índice de reincidências aqui em Poços é bem baixo”, disse.
Para Camila, o trabalho com os jovens pode trazer mudanças significativas no cenário atual. “Fiquei muito feliz com a iniciativa. É muito bom ver pessoas tão jovens se envolvendo em um assunto tão importante. Quando a gente começa a trabalhar na base, conseguimos mudar os dados futuros. Como não podemos tratar esse assunto com crianças, de uma maneira mais eficaz, com jovens e adolescentes imaginamos que uma mudança pode acontecer. Se a gente conseguir mobilizar esses jovens, eles não serão adultos que farão parte das estatísticas de violência doméstica”, declarou.
Projeto
Em 2018, o Parlamento Jovem chega à 10ª edição em Poços de Caldas. Participam projeto 13 escolas da cidade: Escola Estadual Professora Cleusa Lovato Caliari, Escola Profissional Dom Bosco, Colégio Nini Mourão, Instituto Educacional São João da Escócia, Colégio Objetivo, Colégio Sete de Setembro, Escola Estadual Dr. Edmundo Gouvea Cardillo, Escola Estadual João Eugênio de Almeida, Escola Estadual Francisco Escobar, Centro Educacional Inovação, Escola Padrão do Parque das Nações, Centro Educacional Poços de Caldas (Cepoc) e Escola Estadual David Campista. Poços de Caldas faz parte do Polo Sudoeste, formado também pelas cidades de Guaxupé, São Sebastião do Paraíso e Itaú de Minas.