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Xucuru-Kariris celebram o Dia do Índio com o toré

Terminou no início da noite desta segunda-feira, 19, o toré realizado pelo povo da aldeia dos Xucuru-Kariri em Caldas. O ritual de hoje foi em celebração ao Dia do Índio.

Em 2021 completa 20 anos da chegada dos Xucuru-Kariri em Caldas – foto arquivo/Roberto Tereziano

De acordo com o Cacique Thyeru Jal, por cerca de 4 horas os integrantes da aldeia Xucuru-Kariri participaram do toré que é um ritual reúne dança, religião, luta e até mesmo brincadeira. A forma de celebração com o Toré varia de acordo com a cultura de cada povo indígena, mas é muito comum entre as tribos do Nordeste, região de origem dos Xucuru-Kariri.

Segundo o site Educa Mais Brasil, as primeiras referências ao termo toré são encontradas no final do século XIX, na obra Vocabulário pernambucano, de Pereira da Costa, como sendo uma dança cantada dos mestiços indígenas de Cimbres, Pernambuco, atual território dos índios Xucuru, que é  ensinado até hoje aos grupos que querem um reconhecimento indígena.

20 anos dos Xucuru-Kariri em Caldas

A celebração do Dia do Índio em 2021 tem um motivo especial para os Xucuru-Kariris que comemoram agora no mês de abril quando completam 20 anos da chegada do povo indígena em Caldas.

De acordo com o Cacique Thyeru Jal, filho do primeiro Cacique José Sátiro, que morreu aos 67 anos, vítima de um enfisema pulmonar, os primeiros integrantes da aldeia chegaram em Caldas em 15 de abril de 2001, e se instalaram em uma área pertencente ao Governo Federal, que estava abandonada.

José Satiro foi o primeiro cacique da aldeia dos Xucuru-Kariri em Caldas

Após a transferência total dos 25 integrantes da aldeia em junho daquele ano é que o Sul de Minas passou a conhecer a mais nova tribo indígena. Atualmente a aldeia conta com 144 índios, sendo que 90 são adultos.

Os Xucuru-Kariri são originários do território da região de Palmeira dos Índios em Alagoas. Em meados de 1980, após conflitos o grupo deixou o estado alagoano e passou a viver no município de Paulo Alfonso na Bahia, região que fica às margens do Rio São Francisco e onde ficaram por 18 anos. O lugar passou a ser uma grande referência para o povo Xucuru-Kariri.

Porém um novo conflito por razão de limite de terras, o grupo foi novamente remanejado para São Gotardo, localizado entre o Triângulo Mineiro e o  Alto Paranaíba. Lá o grupo passou a morar em casas de alvenaria no perímetro urbano pelo período de três anos à espera de uma nova terra até que escolheram a área do Governo Federal em Caldas e desde então tem sido o território dos Xucuru-Kariri em Minas Gerais.

Em 2017 a tradição do povo Xucuru-Kariri se fez presente com a escolha como sede da 5ª Edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que reuniu 1.000 indígenas de 11 etnias de Minas Gerais.

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