Casos de caxumba coloca Vigilância Epidemiológica em alerta
Segundo dados da Vigilância Epidemiológica, em Poços de Caldas, nos primeiros seis meses deste ano, já foram 225 notificações de caxumba. O número é quase o mesmo do total registrado em 2016, de 235 notificações. Este aumento no número de casos de caxumba também foi verificado em todo o Estado de Minas Gerais: de janeiro a junho, 1.883 pessoas foram infectadas pela doença, o que representa aumento de 80% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram 1.043 diagnósticos. E a realidade se estende a todo o Brasil.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Loro Ferreira, explica os possíveis motivos para esse aumento no número de casos. “As crianças são vacinadas, porque são trazidas pelas mães e fazem parte de um público que sempre está no posto de vacinação, atualizando o cartão. Por isso, a gente verifica que a incidência da caxumba se deslocou para os adolescentes e os adultos, na faixa etária dos 15 aos 30 anos, que normalmente têm menor cobertura vacinal, por hábito mesmo, então a doença está atingindo quem não se vacinou ou tomou uma dose, apenas”, afirmou Juliana.
A melhor forma de prevenir continua sendo a vacina. No calendário de imunização, a vacina tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola) é administrada em bebês aos 12 meses e a tetra viral (que protege também contra catapora), aos 15 meses. Quem tem de 1 a 29 anos de idade deve receber duas doses da vacina tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola. A partir dos 30 anos até os 49, é necessária apenas uma dose. Grávidas não podem ser imunizadas.
A doença também conhecida por parotidite é caracterizada pelo aumento das glândulas salivares, o que causa inchaço no rosto e na região do pescoço. Ainda aparecem como principais sintomas: dor ou dificuldades para engolir, cefaleia e febre não muito alta. Como a caxumba é transmitida enquanto o paciente tem os sintomas, de 7 a 10 dias, a orientação é que a pessoa se afaste do ambiente de estudo ou do trabalho, por este período, para evitar o contágio.
Outra forma de evitar a transmissão é adotar os mesmos cuidados utilizados na prevenção da gripe. “A transmissão é respiratória, então é muito importante higienizar as mãos, proteger boca e nariz ao falar e ao tossir, manter os ambientes bem ventilados e evitar locais com aglomerações de público”, explica a coordenadora da Vigilância Epidemiológica.
Quem está sentindo os sintomas e com suspeita de caxumba, já não adianta vacinar. Nestes casos, é fundamental procurar atendimento médico. “Não existe um tratamento específico para a caxumba. O tratamento é para os sintomas, para dor e para a febre. O paciente precisa ser isolado do convívio social, para evitar o contágio e também para fazer repouso, ingerir bastante líquido e uma alimentação adequada, para se recuperar”, finalizou Juliana.
Em Poços, a dose da triviral, contra caxumba, sarampo e rubéola, está disponível nas 19 salas de vacinação. É necessário levar o cartão de vacinação ou um documento pessoal. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30.