50 anos do Grupo Benigno Gaiga
“Quando desceu o pano do ato final da peça ‘Aconteceu naquela noite’, o público, de pé, aplaudiu incessantemente os atores os quais foram nos bastidores buscar o diretor, o chefe, o criador do nosso Teatro Alvorada, que, emocionado, disse em voz baixa: ‘A semente esta lançada… ’ ” (José Asdrúbal do Amaral – Jornal da Cidade– 1963).
O Grupo de Teatro Alvorada surgiu em meio a reuniões que alguns jovens realizavam no inicio dos anos 60, diante da necessidade de recursos financeiros por que atravessava o asilo da cidade. Apresentaram uma alternativa: a montagem de uma peça teatral. Assim sendo, em novembro de 1962, coordenado e dirigido pelo Sr. Benigno Giordano Gaiga, já atuante no meio teatral de Poços de Caldas no interior de Minas Gerais, no grupo “Léo Ferrer”, estrearam o espetáculo “Almas de Outro Mundo”, revertendo a renda em prol daquela instituição e, ao mesmo tempo, gerando o marco inicial de uma história que dura mais de cinquenta anos. Oficialmente, o grupo iniciou suas atividades em 1963.
Com a morte de Benigno Gaiga em 1970, aquilo que era para ser o fim do grupo por ele criado ganha novos rumos e, agora, sob a batuta da então atriz e discípula de Benigno, Nicionelly Carvalho, o grupo homenageia seu inspirador maior e designa o nome de Teatro Alvorada Grupo Benigno Gaiga. Dessa forma, tem início uma longa jornada de sucessos e aprendizados junto à produção cultural brasileira, influenciando, definitivamente, todos os atores, diretores e técnicos de teatro que vieram posteriormente, lançando grandes nomes do nosso teatro e TV nacional como Nicionelly Carvalho, Luciano Chirolli(Premio Shell/2011), Nany People(SBT), Giovani Bras(SBT), Paulo Pioli(SBT) e Giovanni Dias(TV e Cinema), dentre outros.
Em 2007, passados quase quarenta anos do falecimento de Benigno Gaiga, Nicionelly também parte, deixando um legado que, por ser intangível, torna-se impossível de mensurar na vida de centenas de pessoas que puderam conviver com ela. Um legado artístico e cultural, mas, mais do que isso, um legado afetivo e de memória viva do teatro poçoscaldense e mineiro.
O trabalho prosseguiu sob a direção do filho de Nicionelly Carvalho, o ator e diretor Giovanni Dias, que finalizou a ultima produção do grupo que estava sendo dirigida por Nicinha. Em 2009 o grupo encerra suas atividades em uma reunião soldosista e ao mesmo tempo com o ar de missão cumprida.
Tendo em seu currículo mais de 70 produções nestes 50 anos, dentre elas: O Santo Inquerito(Dias Gomes), o Auto da Compadecida(Ariano Suassuna), Quarta Feira sem Falta la em Casa(Mario Brasini), Casa de Bernarda Alba(Frederico Garcia Lorca), Miquelina(Pedro Bloch), Dona Xepa(Pedro Bloch), As Primissias(Dias Gomes), Quando as Máquinas Param(Plinio Marcos), O Santo Milagroso(Lauro Cesar Muniz), O Avarento(Moliere), A Dama de Copas e o Rei de Cuba(Timochenco Welbi), A Bruxa(Nestor de Holanda), O Inspetor Geral(Nicolai Gogol), Pedreira das Almas(Jorge Andrade), Flicts a História de Uma Cor(Ziraldo).
Nesta semana, os velhos integrantes do Teatro Alvorada Grupo Benigno Gaiga se encontrão para comemorarem os 50 anos do grupo e ao mesmo tempo relembrarem os tempos áureos do grupo, suas produções e suas histórias