A Era dos Períodos Mel e Fel
Amigos estamos passando por uma fase política e social devastadora, colocando-nos vulneráveis em relação ao que nos reserva o futuro, trazendo insegurança e dúvidas do que fazer, e qual decisão é a mais acertada.
No aspecto real, podemos nos considerar órfãos de lideranças políticas em todo âmbito relacionado ao país. Penso que já se esgotou o período de experiência na indicação de candidatos à nos representar, seja no executivo e legislativo, pois o que nos dão como retribuição são os conchavos corporativos, após conquistarem os quatro ou oito anos de uma estabilidade gratuita, sem concurso e sem exigências de competência, sem nenhum compromisso de prestar contas, com uma carga horária mensal inacreditável, para cumprir com zelo e eficácia a delegação recebida repito (gratuitamente) visando somente as vantagens diversas e super compensadoras, que o seu suor nem com os 65 anos trabalhados, equiparam-se com o que você decide ofertar a todos esses que lutam se agridem para ver quais desses conseguem te enganar e receber sem nenhum ônus o que mais ambicionam, que é o poder; Poder este chancelado e legitimado por sua emoção.
Não estou me manifestando para te criticar, mas com o propósito de te conscientizar que basta de omissão, chega de ser coadjuvante para políticos profissionais e aqueles oportunistas que sonham em obter este valioso emprego, que é a carreira política, antes pensávamos que era abnegação, hoje temos a certeza que se transformou em profissão, profissão esta para muitos incompetentes e sem nenhum compromisso com sua atuação, até porque alguns passam os quatro anos gozando de estabilidade que você ofereceu, mantendo a ignorância que sempre teve, mas que durante este período, não tem porque se preocupar com você, com ele ou até mesmo em exercer com eficácia a responsabilidade assumida.
Lembra-se que o voto não é obrigatório, obrigatório é a presença em sua seção eleitoral, obedecendo ao que estabelece o STE (Superior Tribunal Eleitoral), nunca esquecendo que o voto é secreto, e por isso você não é obrigado a doar um grande privilégio a quem jamais por você faria.
Quero te dizer também, que sigla partidária, não é sinônimo de atenção ou proteção de seus diretórios como cidadão (ã), esta instituição, representa uma cooperativa de confrades, onde o teu, e o nosso dinheiro é oferecido a cada uma dessas organizações, para bancar os caprichos daqueles que você agraciou com seu voto, e mais, você só é conhecido e cumprimentado nos períodos pré-eleitorais, passando esta fase, sua utilidade cai no esquecimento, exceto se você valer alguma coisa, caso contrário, não vale mais nada, nem um tapinha no ombro ou um aperto de mãos.
Aproveito para refrescar sua memória. Faça um pequeno esforço, tente lembrar da administração do Sr. Paulo Cesar Silva, ele tinha um slogan que dizia: Bom de serviço, bom de coração. Agora compare as duas últimas administrações. Ser bom de trabalho é obrigação de todo aquele que se oferece a prestar algum tipo de atividade representativa à alguém, mas isso não é tudo, o povo quer ser representado por quem também tem espírito público humanizado, e não elitizado. O que vemos hoje, é uma confraria de protegidos, ganhando funções as quais nunca dominaram em exercê-las, recebendo status que suas próprias vidas jamais lhes concederia, mas esses não são órfãos e nem pagãos, alguns com atribuições relevantes para o cargo, mas dotados de incompetência e soberba, pois esquecem que foram designados para servir quem os sustenta, esquecendo que o cargo ou a função é temporária e não eterna. Esquecem de deixar nas suas casas as vaidades e o orgulho. Não tenho compromisso ideológico com partido algum, tão pouco não possuo aptidão, pois sempre fui independente e realizado profissionalmente, mas atento na exposição que o momento me proporciona, exercendo de forma respeitosa e obrigatória o direito que a Constituição Federal nos garante, a liberdade de pensamento e avaliação crítica, respeitando sempre as opiniões contrárias.
Para finalizar, defino o que é PERÍODO DE MEL: É o gestor público, que se preocupa a todo momento, com a população mais simples e humilde, que se sentem excluídos; Estando sempre disponível a ouvir, atender e entender que é tão igual quanto. Por isso citei o Sr. Paulo Cesar Silva, a quem não devo nada e nem ele a mim, mas reconheço que por ter se blindado de pessoas não merecedoras de sua confiança, lógico com exceção, acabou exposto e confundido, deixando dúvida naqueles que o apoiavam, mas o tempo tem mostrado que doce é o mel, além de tudo simples.
PERÍODO FEL: Não preciso me alongar na definição. Não basta ter equipes de especialistas se esses não tiveram a consciência que são servidores transitórios, mas acima de tudo, com competência, o que falta em alguns, claro com exceções e comprometendo uma administração com boas intenções, mas vulnerável, por aqueles que pensam que são, sem nunca ter sido. Espero que o executivo municipal, não se deixe por enganar. Ninguém se satisfaz com críticas, mas sem elas, não se corrigem distorções. É o que eu penso.
Em tempo:
Aos vaidosos e soberbos, reflitam nestes versos: De que adianta o homem ganhar o mundo, mas perder sua própria alma e salvação (Mateus – cap. 16 vers. 26)
Marcos Lemos
Março 2018
Sobre o autor:
Marcos Lemos é formado em Direito, com pós-graduação e mestrado, doutorando em Políticas Internacionais, professor universitário. Foi servidor por 35 anos do Estado do Rio de Janeiro, tendo recebido a condecoração do governador da época, em 07 de setembro de 1982, pelos relevantes serviços prestados àquele Estado, hoje aposentado.É casado, pai de um filho e avô de um casal de netos.
Sua história com Poços de Caldas tem como origem a naturalidade dos seus pais com este município. Partes de seus descendentes, contribuíram e viveram nesta cidade e aqui deixaram algumas marcas. Quando criança mudou-se para o Rio de Janeiro com a família e há 17 anos mora em Poços de Caldas.