Política, Livros, velhos problemas, mas atuais.
Vezes por outra a mídia apresenta problemas brasileiros e introjeta nas mentes mais desavisadas, certas situações, como se fossem coisas de hoje. Assim a grande massa fica sonhando com fantasmas travestidos de heróis, que com espadas em punho prometem nos libertar das mazelas ad-eternas, presentes na nossa história desde que o Brasil foi descoberto, como se fossem doenças de nossos dias e, que com a simples neutralização de alguns nomes ou siglas partidárias, seriam extirpadas de nosso Estado e o Brasil encontraria o caminho da ética, da justiça e da austeridade, como se a magica mão de um togado pudesse colocar fim em todos os nossos males.
Há aqueles que se acomodam com a manutenção do status coo, foi sempre assim, etc. Não nos incluímos em tal grupo. Mesmo que possa nos parecer utópico, sonhamos e lutamos por dias melhores para o país. Mas acreditamos que esse país pleno e harmônico no seu tríplice pensar de Montesquieu, ético e correto em todas as extensões, ainda está longe do nosso alcance. O país do futuro sonhado por Stefan Zweig ainda não chegou.
Olhando para os dias de ontem, encontro na estante um livro escrito há quase quatro décadas. “A Fantástica Corrupção no Brasil” (quatro décadas chega ao período da ditadura) onde o autor denuncia, após grande investigação, a roubalheira que muitos pensam e acreditam que surgiu ontem.
Olho para outro livro quase da mesma idade, “A Suíça Lava Mais Branco” escrito por um autor suíço, Jean Ziegler, contando e mostrando o dinheiro sujo brasileiro que chegava naquele país lá pelos anos 80 para ser “lavado”.
Abro mais um livro publicado em 1991. A Metamorfose do Estado” escrito por Fernando Rezende. Começo a reler o prefácio. Texto assustadoramente atual escrito por Ney Bitencourt Araújo.
“A mais cadente questão da atualidade brasileira é a da necessidade de se promover uma profunda mudança entre o Estado e a sociedade” Como assinala Fernando Rezende, “Acentua em todos os rincões do país um profundo divórcio entre o Estado e o povo brasileiro”. A conduta, as ações o desemprenho do Estado não satisfazem as aspirações da sociedade.
Esta clama por progresso, probidade, segurança, respeitabilidade e justiça.
“O Estado oferece retrocesso, corrupção, violência, desemprego escândalo e injustiça.”
Se você olhar o índice do livro vai se assustar. Todas as mazelas e questionamentos apresentados nos títulos dos capítulos, embora se pareçam com os dias de hoje, são de mais de 30 anos. O mencionado livro foi publicado em 1991. Porem, nada mudou.
Para finalizar acabo de receber através de um novo amigo, professor de jornalismo a introdução de uma crônica, que trata de outro assunto, mas se inicia comentando a atmosfera de hoje. Ouso transcreve-la pois o texto não poderia ficar para depois. Leiam o que escreve Niva Miguel sob o título “sonhar é Preciso”.
“Essas nuvens escuras que”, por hora, insistem em querer baixar sobre nosso país, e que, infelizmente, já contaminam boa parte da população, carregam em si um veneno mortal: a histeria, o ódio, a má fé, o desamor, a ignorância, nenhuma ideologia e fazem brotar tudo de ruim que um ser humano carrega dentro de si e que estava adormecido. Aquele é claro, que não conseguem enxergar um palmo a diante do nariz, mas querem mudanças a qualquer custo, exigências feitas com revolveres nas mãos e nada no cérebro e no coração. O melhor que temos a fazer frente a esse quadro horroroso, é continuar a nossa lota e confiar que no final a vitória virá, pois Deus está conosco até o pescoço.
Além disso, o que mais precisamos agora, mesmo cercados de idiotices pelos quatro cantos, é não perder, de jeito nenhum, a ternura, o amor, a dignidade e, principalmente, a inteligência e a elegância no pensar e agir. Afinal, a vida nos ensinou e nos vacinou contra esses males e nos faz enxergar com a razão e em especial com o coração.
“Por isso, é que estamos na luta e somos imbatíveis, aconteça o que acontecer”.
Lamentavelmente, a realidade não é o que a grande media finge informar. Dizia um velho professor, “A televisão tem sempre cumprido sua função de manipulado a cabeça da grande massa, nem sempre pelo que informa, mas principalmente, pelo que ela deixa de informar”
Não se fala que nosso problema maior não são pessoas nem partidos, caso o fossem seria simples sana-los. Vivemos num atoleiro sistêmico do qual ainda não conseguimos nos libertar. Não há principe salvador da pátria que possa nos livrar de tal redemoinho. Só eleitor lúcido e bem informado e acima de tudo, ético pode operar lentamente tal façanha.
Alguma coisa tem de errado pois um pais como o nosso ficar atras holanda, belgica, espanha, portugal e italia, temos mais recursos naturais de materia prima e não conseguimos sair das ultimas posições em qualquer indice de desenvolvimento porque e muita roubalheira dos nossos politicos. Ja fez tempo que nossos humoristas alertam nossa população mas ela não acredita. Por isso resolvemos morar um pouco fora do brasil.