Júri popular: familiares de motoboy morto em atropelamento esperam que caminhoneiro seja condenado

O caminhoneiro Dercy Milani, que atropelou o motoboy Paulo André dos Santos, em dezembro de 2014, está sendo julgado nesta terça-feira, 27, no Fórum de Poços de Caldas. O réu responde ao processo em liberdade.

Agora pela manhã, familiares do réu e da vítima aguardavam para o início do julgamento, que é presidido pelo juiz da 2ª Vara Criminal, José Henrique Mallman.

O irmão da vítima, Carlos Augusto dos Santos, espera pela condenação do caminhoneiro. “Esperamos que ele não saia impune. Foi mais um homicídio no trânsito e que se deixar vai passar impune, porque hoje é muito fácil pegar um caminhão, atropelar uma pessoa e dizer que foi um acidente”, disse Santos.

O irmão do motoboy ainda lamentou a falta de união dos colegas de profissão. que não compareceram ao julgamento. Para ele, é um momento de todos darem as mãos e cobrar por justiça, pois o mesmo pode acontecer com quem trabalha no dia a dia no trânsito da cidade. “Aconteceu com um amigo deles e hoje não tem ninguém aqui. Amanhã pode acontecer com eles também. Então eu peço mais união dos motociclistas de Poços de Caldas, pois quem garante se o caminhoneiro sair impune hoje, amanhã ele não volta a atropelar outra pessoa no trânsito?”, desabafou Santos.

Na época do acidente, Paulo André tinha 37 anos. Ele estava montando uma pizzaria e pretendia deixar de trabalhar como motoboy para se dedicar ao empreendimento. Ele era casado e deixou um filho, que hoje está com 4 anos.

Entenda o caso
O atropelamento aconteceu no dia 4 de dezembro de 2014, na Rua Antônio de Almeida Marques, no bairro Elvira Dias, zona oeste da cidade.

Paulo André e Dercy Milani se desentenderam no trânsito, depois que o caminhoneiro teria fechado o motoboy. O réu jogou o caminhão para cima da moto, derrubou a vítima e passou com a roda sobre o motoboy, que morreu na hora.

Imagens de circuito de segurança flagram o momento. O caminhoneiro foi preso em flagrante pela Polícia Militar e retirado do local, pois populares que presenciaram a cena tentaram linchar o acusado. Dercy Milani foi solto 20 dias depois do acidente.