Operação Kabbalah: filhotes de sagui que viviam em gaiola se recuperam com ajuda de veterinária
Os dois filhotinhos de macaco sagui encontrados presos em uma gaiola durante a Operação Kabbalah, deflagrada pela Polícia Civil de Poços de Caldas contra o tráfico de drogas sintéticas no último dia 31 de maio, estão se recuperando bem. Os animais, que têm apenas 5 meses de idade, estão sob a guarda de uma médica veterinária que se prontificou a cuidar dos pequenos.
De acordo com a veterinária Ingrid Caputo Nunes, durante o tempo em que ficaram presos os filhotes estavam sendo alimentados com mamadeira. Agora, já conseguem se alimentar sozinhos, mas ainda é necessário reforçar a alimentação com mamadeira. Por estarem acostumados com o cativeiro, os animais não poderão voltar para a natureza, mesmo depois que se recuperarem por completo. “Como são filhotes criados na mamadeira, eles precisam ser encaminhados para um centro de reabilitação para que possam reaprender a viver em vida livre. Em alguns casos, os animais não conseguem aprender e, então, são encaminhados a algum zoológico ou outro empreendimento autorizado a manejar a espécie. Assim que desmamarem, eles já podem, em teoria, ser encaminhados”, explica a veterinária.
A chegada dos bichinhos em casa tem mudado a rotina. Ingrid adaptou uma caixa própria para filhotes de aves, onde os macaquinhos passam a maior parte do dia e só saem para brincar na casinha da gata de estimação da veterinária. “Eles saem pra brincar pelo menos três vezes ao dia, mas gostam mesmo é de ficar na caixa. Lá, eles têm galhos, um bichinho de pelúcia, além de brinquedos, cobertores e um prato com frutas. Eles gostam de dormir ao lado da pelúcia e embaixo do cobertor”, conta. Os bichinhos permanecem na casa da veterinária pelo menos até o encerramento do inquérito, uma vez que os filhotes são prova policial.
Os filhotes foram apreendidos durante o cumprimento de mandado de prisão, busca e apreensão em uma das casas que foram alvo da operação Kabbalah, que resultou na prisão de 12 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas sintéticas e na apreensão de quase mil micropontos de LSD avaliados em R$ 50 mil, além de R$ 17 mil em dinheiro.
Entre os presos estão universitários e DJs. A operação foi a continuidade da prisão de um grupo que fornecia drogas sintéticas para estudantes, preso uma semana antes, e que tinha o engenheiro civil Clóvis Henrique da Silva, de 28 anos, apontado pela polícia como um dos maiores fornecedores de drogas em ambientes universitários da cidade.
No caso do suspeito que morava no local onde os miquinhos foram encontrados, além da acusação de tráfico de drogas, ele vai responder também por crime ambiental, por criar animais da fauna silvestre em cativeiro sem a autorização dos órgãos competentes.