Cervejarias de Poços não utilizam dietilenoglicol no resfriamento de cerveja
A informação foi divulgada pelo auditor-fiscal do Ministério da Agricultura, André de Paula Simões, na tarde desta terça-feira, 14, durante uma entrevista coletiva na Secretaria Municipal de Saúde de Poços de Caldas para esclarecer as medidas tomadas sobre a síndrome nefroneural que já causou a morte de uma pessoa e outras 17 apresentaram sintomas da intoxicação.
Apesar de nenhum caso suspeito de intoxicação com dietilenoglicol ter sido registrado na cidade, o secretário de Saúde, Carlos Mosconi, aproveitou para reforçar as medidas de segurança adotadas em Minas Gerais. Desde a última segunda-feira, 13, a venda de qualquer cerveja produzida pela Backer está proibida no Estado.
Assim como em todo Estado uma força tarefa foi criada para monitorar novos casos suspeitos de intoxicação e também a comercialização dos produtos.
Todos os hospitais também foram notificados a seguir o protocolo adotado em Minas para pessoas que forem internadas com os sintomas de intoxicação. “A pessoa que por ventura tenha consumido alguma cerveja da marca Backer nas últimas 72 horas e apresentar sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal associada à redução do volume urinário, deve procurar uma unidade de pronto atendimento para avaliação e consequentemente nós seremos acionados”, disse a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Loro.
Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária, Rosilene Faria, todos os estabelecimentos comerciais de Poços de Caldas foram notificados e orientados quanto à proibição da venda dos produtos da marca Backer.
A assessora jurídica do PROCON, Fernanda Soares, explicou ainda que além dos comerciantes, os consumidores que têm a cerveja Belorizontina em casa, a recomendação é que não consumam o produto. Quem quiser se desfazer da cerveja pode encaminhá-la para o PROCON. Em Poços, o PROCON pode ser acionado pelo 3697-2844 ou pelo e-mail denuncia.procon.
Já os comerciantes devem aguardar pelo recolhimento da mercadoria que deverá ser feito pela própria cervejaria.
Durante a entrevista coletiva, o auditor-fiscal do Ministério da Agricultura, André de Paula Simões, aproveitou para tranqüilizar a população a respeito das cervejas artesanais produzidas nas 4 principais cervejarias, que compõe o pólo cervejeiro do município.
Segundo o auditor-fiscal as cervejarias não utilizam o dietilenoglicol no processo de resfriamento dos tanques de cerveja. O processo é feito com a utilização de placas de inox no tanque, que protegem a serpentina. “Não precisamos ter um pânico geral com o consumo das cervejas artesanais produzidas em Poços, bem como em todo Sul de Minas, e sim um cuidado sobre a procedência destas cervejas, que devem estar devidamente registradas no Ministério da Agricultura,” tranquiliza o auditor-fiscal.
Ainda de acordo com Simões, as cervejarias estão regulares e passam por inspeção de rotina periodicamente. Porém ele faz um alerta quanto algumas cervejas artesanais que vêm sendo produzidas de forma clandestina, ou seja, sem o registro junto ao Ministério da Agricultura. Os nomes não foram divulgados, mas segundo o auditor-fiscal os produtores já foram notificados quanto à regularização junto ao Ministério da Agricultura.
Segundo o auditor-fiscal, o processo de registro junto ao Órgão é simples, basta procurar pelo Ministério da Agricultura para evitar complicações no futuro. O telefone do Ministério da Agricultura em Poços de Caldas é o (35) 3722-1578.