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Polícia Civil vai ouvir médicos durante inquérito que apura morte de jovem acidentado

A Polícia Civil de Poços de Caldas segue com as investigações sobre a causa da morte do Gustavo Soares de Carvalho Moreno, de apenas 23 anos, vítima de um acidente na BR-459, próximo a Caldas, no dia 7 de março. Os quatro médicos que atenderam o jovem na Santa Casa de Poços de Caldas serão ouvidos pelo delegado Cleyson Brene, que preside o inquérito.

De acordo com o delegado vários familiares da vítima já foram ouvidos. A Polícia Civil realiza diligências para apurar a denúncia de erro médico após a conclusão da necropsia que constatou que a morte foi causada em decorrência de choque hemorrágico torácico, em razão da laceração da veia pulmonar direita, devido a traumatismo contundente torácico por acidente de trânsito. Além disso o Conselho Regional de Medicina também foi oficializado para que seja instaurado um procedimento administrativo.

A família de Gustavo entrou com uma ação na justiça contra os médicos que atenderam o rapaz e contra a Santa Casa de Poços de Caldas. Gustavo morreu em casa, no dia seguinte ao acidente, depois de receber alta hospitalar. De acordo com o advogado, houve alteração no prontuário médico.

Entenda o caso

Na noite daquele domingo, Gustavo estava de passageiro em um carro de passeio, quando a motorista perdeu o controle da direção próximo à gruta, invadiu a contramão de direção e bateu de frente com um caminhão.

O advogado da família, Dr. Fábio Camargo, informou que após o acidente, Gustavo foi encaminhado para a Santa Casa de Caldas e estava lúcido e orientado. Na unidade, verificou-se a necessidade de realizar um enxerto de pele no joelho da vítima, mas o hospital de Caldas não dispunha de médico cirurgião plástico para realizar o procedimento.

Então, na mesma noite, foi solicitada a transferência do paciente para a Santa Casa de Poços de Caldas, onde foram pedidos exames de tomografia computadorizada por um cirurgião geral, que também solicitou a realização de curativo no joelho para avaliação cirúrgica.

Segundo Camargo, o médico não chamou por um radiologista que estava de plantão e, ao avaliar as imagens, não observou que 11 costelas de Gustavo estavam quebradas e que havia, ainda, uma fratura da bacia e cabeça do fêmur, além de hemorragia no tórax.

O paciente foi reavaliado por duas médicas residentes, que também não observaram as fraturas existentes nas imagens de tomografia, bem como as contusões hemorrágicas pulmonares do paciente e, juntamente com um cirurgião plástico, realizaram apenas sutura no joelho direito e ministraram medicação para dor.

Após a realização da sutura, na manhã de segunda-feira, dia 8, 12 horas após a entrada do paciente na Santa Casa, as duas médicas determinaram alta hospitalar e receitaram medicamentos para o paciente.

Por volta das 12h30, já em casa, Gustavo começou a passar mal e os familiares acionaram o SAMU. Ao chegar ao local, a equipe do SAMU tentou reanimá-lo, mas ele não resistiu e morreu.

Ainda segundo o advogado, após a realização da necropsia ficou constatado que a morte foi causada em decorrência de choque hemorrágico torácico, em razão da laceração da veia pulmonar direita, devido a traumatismo contundente torácico por acidente de trânsito.

Ainda segundo Camargo, após o óbito, a equipe do SAMU entrou em contato com o hospital relatando a morte do paciente e, posteriormente, o prontuário médico teria sido alterado.    

A Polícia Civil determinou a instauração de inquérito policial para apurar a ocorrência de homicídio culposo decorrente de erro médico.

O advogado Fábio Camargo informou também que, diante do fato do prontuário médico ter sido alterado, o Ministério Público Federal será acionado, já que o paciente foi assistido pelo SUS – Sistema Único de Saúde.

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