Da Itália dos Felisberti aos dias de Filisberti
*Roberto Tereziano
Hoje sexta-feira, 11 de junho, se comemoraria os 109 anos do pintor Bruno Filisberti, que faleceu em 2 de julho de 1979.
Em homenagem a este grande pintor convido você para uma rápida incursão pela vida do pintor que tem seu nome no principal espaço cultural da cidade.
Vamos passear pela serie de artigos, ou mini conto, e, também opinar sobre o repensar das artes de Poços de Caldas.
Sempre que se fala da Itália, ocorrem rapidamente às imagens de Roma com sua história milenar, arquitetura que desafia o tempo. Fontes esplendidas por toda a capital, coliseu e igrejas.
A Itália tem suas cidades imortais ou imortalizadas como Milano e Veneza, e, também Verona mundialmente conhecida através do romance Romeu e Julieta. Grandes pintores, escultores, escritores, e, cineastas. A Itália da renascença com grandes músicos, e, regentes, cantoras e cantores, terra da opera e de Leonardo Da Vince, Miguelângelo, Rafaello, Puccini, Boticceli, Dante Aliguieri, e, tantos outros.
A Itália do Vaticano, capital mundial do catolicismo, e, das artes eternas.
Porém, pode até parecer curioso, mas como país, o Brasil é mais velho com seus 521 anos que a milenar Itália. Antes dela se tornar um país já foi o centro mundial do poder, com suas dezenas de condados, domínios coloniais e um império que parecia eterno. Só que não havia unidade como o Brasil, era toda dividida em condados.
Numa escala avassaladora, à medida que o mundo vai crescendo fora da Itália, aquele poderio vai se declinando vertiginosamente.
Os Césares se vão. A Itália vai se mostrando fora dos palácios, e, a verdadeira face dela vai se revelando com bolsões de pobreza e desigualdades.
Para completar aquele amontoado de condados comandados por governos absolutistas, e, sem um comando central, brigando entre si, vai mostrando através de sucessivas guerras externas e lutas internas, a miséria e a fome antes ocultas pela soberba do poder palaciano.
Não bastasse a soma de desgraças, ainda amargaria o povo italiano com as pragas, doenças e epidemias, diretamente ligadas a real condição social de grande parte da população pobre que vivia longe dos castelos.
É dessa situação caótica que, para fugir especialmente da fome, grande massa italiana começa deixar o país entre as ultimas décadas próximas ao ano de 1900, e, dezenas de anos que se seguiram ainda depois da virada daquele século, aumentando muito após primeira grande guerra. Afinal o país tentava ainda se organizar como unidade. Foi nesse clima de desesperança que os Felisberti resolveram deixar a pátria e buscar na tão falada América, o sonho de dias melhores.
Foi essa soma de circunstancias que obrigou milhares de famílias a deixar a Itália, dentre elas, Cleonice e Sylvio Felisberti, pais do nosso futuro artista Bruno, que, aliás, já estava no ventre da materno. Tudo ficaria para trás, pois talvez fosse mesmo aquela viagem uma aventura sem retorno. Começa aí a saga dos Felisberti, Buscar trabalho e alimento em qualquer lugar. Afinal, pobreza e miséria não respeitam fronteiras. (segue)