Coletivo Negro vai denunciar vereador ao MP por racismo
O Coletivo Negro Tereza de Benguela da cidade de Caldas vai denunciar o vereador João Batista da Fonseca (Republicanos) por racismo após fala do parlamentar durante a sessão da Câmara na semana passada. O vereador usou o termo “seu chegado em uma negrinha”, para justificar que era contra o racismo.
A expressão foi durante as considerações finais, já no encerramento da sessão da Câmara da última segunda-feira, 28, em que os vereadores parabenizavam a organização da Semana da Consciência Negra, quando também foi celebrado pela primeira vez na cidade, o feriado municipal da Consciência Negra.
Após seu pronunciamento, o vídeo da sessão circulou pelas redes sociais causando polêmica e indignação entre moradores de Caldas e Região.
Representantes dos Coletivos Negros de Alfenas e Poços de Caldas emitiram nota de repúdio diante da postura tomada pelo vereador.
No mesmo dia a prefeitura de Caldas também emitiu uma nota em que o prefeito Ailton Goulart repudia qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica ou diversidade funcional.
A nota dizia também que o preconceito racial é uma doença que deve ser eliminada da sociedade brasileira.
A OAB de Caldas também se manifestou se repudiando a qualquer discriminação em qualquer contexto.
Durante a sessão ordinária desta segunda-feira, 5, o vereador foi advertido pela Mesa Diretora da Câmara por escrito a respeito das falas racistas. Esta era uma das ações que poderiam ser tomadas pela Mesa Diretora, podendo ainda haver sansões como a suspensão do parlamentar por tempo indeterminado e ainda a cassação do mandato, caso fosse instaurada uma Comissão Especial de Inquérito por quebra de decoro. Porém o caso foi encerrado apenas com a advertência.
O presidente da Câmara, Emerson Junqueira (PTB) se manifestou dizendo não compactuar com atos de discriminação e intolerância.
Ainda durante as considerações finais, todos os 8 vereadores fizeram o uso da palavra e se posicionaram contra a fala do colega.
O vereador João Batista da Fonseca, também fez o uso da palavra e desta vez se retratou e pediu desculpas pela fala. O parlamentar disse ter usado uma expressão inadequada e afirmou que não era racista
Para os integrantes do Coletivo Negro Tereza de Benguela, a expressão do vereador, além de racista, preconceituosa também foi machista e por isso com orientação de um advogado, o Coletivo vai denunciar o caso ao Ministério Público.
É fácil pedir desculpas, o importante é não falar se vê e se escuta todos os dias em televisão, nas ruas todos os dias e ainda em uma cessão de câmera municipal acontecendo isso! É um orror. Eu quero pesso desculpa aos funcionários e o dono do jornal por eu fazer meu desabafo