Tribunal de Justiça

UAILab promove live sobre cães de assistência judiciária

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A live foi mediada pelo juiz auxiliar da Presidência Rodrigo Martins Faria e pela gerente do Ceproj, Priscila Pereira de Souza (Crédito: Cecília Pederzoli/TJMG)

A Unidade Avançada de Inovação em Laboratório (UAILab) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) promoveu, nesta terça-feira (24/10), uma edição especial do UAILive em homenagem aos mês das crianças com o tema “Cães de assistência judiciária: uma experiência protetiva”. O conteúdo foi transmitido pelo canal da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) no YouTube .

A live foi mediada pelo juiz auxiliar da Presidência e coordenador do UAILab, Rodrigo Martins Faria, e pela gerente do Centro de Desenvolvimento e Acompanhamento de Projetos (Ceproj), Priscila Pereira de Souza. O tema foi ministrado pela juíza do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Cláudia Catafesta, integrante do Fórum Nacional da Infância e Juventude do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e coordenadora do Núcleo de Apoio Especializado à Criança e ao Adolescente (NAE) do Fórum de Londrina.

A live foi aberta com a apresentação musical da cantora Manuela Bistene, de 9 anos, acompanhada do violonista Rômulo Lupin. Eles interpretaram as canções “Jardim da Fantasia”, de Paulinho Pedra Azul, e “Melhor Versão”, de Gustavo Mioto.

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A live foi aberta com apresentação da cantora mirim Manuela Bistene, de 9 anos (Crédito: Cecília Pederzoli/TJMG)

Projeto inovador

O cão de assistência judiciária existe nos Estados Unidos há 30 anos, mas no Brasil a iniciativa é inovadora por meio de uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Paraná e o Instituto Brasileiro de Educação e Terapia Assistida por Animais (Ibetaa). Os cachorros Bello, Snow e Teela tornaram-se os primeiros cães de assistência judiciária do país.

Segundo a juíza Cláudia Catafesta, a implantação do projeto começou a ser discutida em agosto de 2022, até que em maio deste ano foi publicado o termo de cooperação técnica entre o TJPR, por meio do NAE de Londrina, e o Ibetaa, que deu início aos trabalhos com o primeiro cão de assistência judiciária do Brasil. Em junho a equipe do NAE passou por um treinamento e, em julho, os animais foram incorporados como instrumento terapêutico na rede de proteção às crianças e adolescentes vítimas de violência psicológica, física, abuso sexual ou abandono.

Os cães colaboram para que as crianças tenham um atendimento mais humanizado e acolhedor pela equipe técnica do fórum. Diante de traumas como abuso ou abandono, os animais auxiliam para diminuir a ansiedade e deixar as crianças à vontade.

A juíza citou o caso de uma criança que foi devolvida depois de ter sido adotada por um casal e que tinha enorme resistência com a equipe de atendimento do fórum. “Ela teve contato com o cão Bello e começou a relatar olhando nos olhos dele situações que a equipe não conseguia acessar. É um exemplo do tamanho do benefício que o animal trouxe nesta situação”, disse a magistrada.

Existem vários outros relatos de auxílio dos animais que resultaram em uma resposta positiva por parte das crianças e adolescentes. Até cartinhas de agradecimento os cães já receberam. “Os resultados são muito positivos. De fato, a presença dos cães contribui sobremaneira para o bem-estar das crianças e adolescentes que precisam ir ao fórum”, afirmou a juíza Cláudia Catafesta.

O juiz auxiliar da Presidência e coordenador do UAILab, Rodrigo Martins Faria, elogiou a iniciativa e disse que a inovação não está necessariamente ligada à tecnologia, mas também a projetos como este.

“Ideias simples podem transformar vidas. Este é um projeto pioneiro no Brasil e nós admiramos a coragem dos responsáveis por enfrentar o risco das críticas e dos ‘nãos’. A maior qualidade do profissional da inovação é a resiliência. Que bom que o ser humano pôde enxergar que a natureza e os animais podem nos ajudar. Essa é uma visão valorosa que agrega muito para nossa sociedade e instituição. Então, gostaria de parabenizar a equipe do Paraná pela visão, dedicação e empenho”, disse.

Capacitação

O cão Bello, da raça bernese, de apenas 10 meses, foi batizado como o primeiro animal de assistência judiciária no TJPR. Além dele, a equipe conta com a Snow, da raça samoieda; e com os dálmatas Teela e Pam.

Os animais passam por uma avaliação específica por uma equipe de especialistas em comportamento animal. Os pets que são identificados com perfil para trabalhar com apoio emocional passam por um treinamento e aperfeiçoamento contínuo.

“Não basta ser um animalzinho legal ou dócil. Existe uma série de exigências que precisa ser cumprida e os especialistas que avaliam isso. O Bello, por exemplo, já foi selecionado dentro da ninhada, a partir de alguns requisitos, para ser esse cão de assistência. O treinamento dele dura dois anos, então ele ainda está em período de treinamento”, explicou a magistrada.

A capacitação não é restrita aos animais. A equipe do fórum também passou por um treinamento para poder aproveitar ao máximo o potencial do trabalho conjunto com o cão de assistência judiciária.

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Fonte: Tribunal de Justiça de MG

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