Lobo-Guará morre após ser atropelado na BR 267
Um Lobo-Guará morreu depois de ser atropelado na BR 267 nas proximidades do Campus da UInifal em Poços de Caldas. O animal foi encontrado na manhã desta terça-feira, 23, por ciclistas que passam pela rodovia no sentido Bortolan-Marco Divisório.
O trecho da rodovia é cercado por mata dos dois lados da pista e por isso acontece a travessia de muitos animais silvestres n local.
Em 2020 o Departamento de Estradas de Rodagem(DER-MG) instalou novas placas alertando motoristas e motociclistas sobre a travessia de animais no trecho da rodovia.
De acordo com o comandante da 18ª Companhia de Polícia Militar do Meio Ambiente, Emerson Araújo Garro, o número de atropelamentos de animais silvestres em rodovias tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. “Não existe uma estatística ou um monitoramento sobre os atropelamentos, mas no dia a dia percebemos uma grande quantidade de animais atropeladas nas rodovias. Infelizmente é uma realidade que vem aumentando, principalmente por conta do desmatamento. Sem abrigo ou alimento no seu habitat natural, os animais silvestres tem migrado para regiões à procura de alimentos e acabam atravessando as rodovias. Geralmente isso acontece de forma repentina, e muitas vezes o condutor não tem tempo hábil de desviar ou frear. Risco para o animal e também para os usuários das rodovias, que podem se envolver em acidente,” explica o comandante da 18ª Cia PM Meio Ambiente.
De acordo com levantamentos realizados pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), que está instalado na Universidade Federal de Lavras, junto ao Departamento de Biologia, mais de 15 animais morrem nas estradas brasileiras a cada segundo.
A estimativa é que morrem aproximadamente 430 milhões de pequenos animais por ano nas rodovias do Brasil. O restante dos 45 milhões se dividem em 40 milhões de animais de médio porte (por exemplo gambás, lebres, macacos) e 5 milhões são de grande porte (p.ex. onça-parda, lobos-guarás, onça-pintadas, antas, capivaras).
Os números aqui apresentados, apesar de elevados, são baseados em um estudo que considerou 14 artigos científicos publicados em diferentes revistas brasileiras e que foram realizados em vários biomas. A partir destes artigos, o CBEE calculou uma taxa de atropelamento médio para o Brasil.