Ocupação na UEMG resiste há mais de 30 dias
Encerrada a ocupação nas escolas secundaristas de Poços de Caldas após cumprimento a uma determinação judicial expedida pela Vara da Infância e Juventude, o Campus da UEMG localizado no mesmo prédio da Autarquia Municipal de Ensino no Jardim dos Estados, é a única instituição ocupada pelos estudantes.
Nesta quarta-feira, completaram 34 dias que os estudantes permanecem nas dependências do Campus. Também nesta quarta-feira foi convocada uma entrevista coletiva para que a organização esclarecesse alguns pontos do movimento. Pela primeira vez desde o início da ocupação a imprensa foi autorizada a entrar no prédio.
Os jornalistas puderam verificar as condições do prédio e como os 70 estudantes que se revezam durante o movimento estão alojados.
Os estudantes do curdo de pedagogia, o único oferecido pela UEMG em Poços de Caldas apresentaram os principais motivos que levaram a ocupação, entre eles está a pauta nacional que é contrária a PEC 55 que prevê cortes principalmente na educação e que terá a primeira votação pelo Senado no próximo dia 29, a MP 746 e ainda a reforma do Ensino Médio.
O outro motivo seria questões pontuais e relacionadas a estrutura do Campus, bem como o Curso de Pedagogia que hoje é ligado a Belo Horizonte e não exerce nenhuma autonomia no município.
Uma das alunas de pedagogia e representante do movimento, Thais Rosini de Caravalho, explicou que algumas melhorias já foram conseguidas desde que iniciou a ocupação, reivindicações que já vinham sendo solicitadas mas sem respostas.
Entre as melhorias está a criação de um laboratório de informática que o curso ainda não dispunha além de reformas em portas e janelas que precisavam de reparos.
Thais explicou também que a ocupação é legítima pois foi aprovada em assembleia com o apoio da maioria dos 280 estudantes do curso de Pedagogia. Desde que o prédio foi ocupado, o calendário escolar foi suspenso e só deve ser retomado após o fim do movimento que ainda não tem data determinada. Mesmo assim na noite desta quarta-feira um grupo de alunos contrários ao movimento se reuniu na porta da instituição para saber informações sobre a ocupação e o retorno das aulas. Houve um princípio de tumulto, sendo necessário a presença da PM.
O advogado do movimento , Lucas Chianello, ressaltou o motivo da UEMG ainda estar ocupada uma vez que é a única instituição no município que não foi incluída na determinação judicial para que as escolas fossem desocupadas. De acordo com o advogado, isso não aconteceu porque a ordem judicial partiu da Vara da Infância e Juventude e por se tratar de um curso superior, o Campus não tem nenhum estudante com menos de 18 anos ficando fora da jurisdição da Vara da Infância e Juventude, por isso o movimento nem foi arrolado no processo.