Jogadora de handebol é vítima de injúria racial durante competição em Campestre
Uma jogadora de handebol de 13 anos foi vítima de injúria racial durante partida entre os times de Campestre e Poços de Caldas, no primeiro dia da fase zonal do Campeonato Mineiro Cadete de Handebol, sediado em Campestre-MG. A injúria foi cometida por uma jogadora de Poços de Caldas, de 19 anos, que estava na arquibancada assistindo ao jogo.
A Polícia Militar foi chamada até o ginásio poliesportivo após ser solicitada pela mãe da jogadora, de 41 anos, que relatou aos policiais que durante a partida entre as equipes das cidades vizinhas, que toda vez que a filha pegava na bola era chamada de “macaca e gorila” pela jogadora de Poços de Caldas, que estava na arquibancada.
A mãe questionou a agressora do porquê estaria ofendendo a filha dela e informou que iria chamar a polícia, momento em que a suspeita da agressão ironizou e disse para fazer o que quiser, pois estaria em Poços de Caldas e deixou o local.
A equipe de Poços representada pela Caldense venceu a partida por 26 a 11. Os dois times voltam a entrar em quadra no sábado, 21, quando se encerra a fase classificatória do Campeonato Mineiro de Handebol Mineiro em Campestre.
Nota de Repúdio
A Federação Mineira de Handebol, responsável pela organização da competição emitiu uma nota de repúdio contra o ato de racismo durante a jogo em Campestre.
A Federação Mineira de Handebol (FMH) vem a público manifestar seu mais profundo repúdio diante de um ato de racismo ocorrido durante partida válida pelo Campeonato Mineiro de Handebol Cadete Feminino 2025 – Zonal A.
O episódio, que fere não apenas os valores do esporte, mas também os direitos fundamentais da dignidade humana, é inaceitável e será tratado com a máxima seriedade e rigor por esta entidade.
A FMH já iniciou a apuração dos fatos e está colaborando com todas as autoridades competentes para que as devidas providências legais e disciplinares sejam tomadas. Não compactuamos com qualquer tipo de preconceito, discriminação ou comportamento antidesportivo. O esporte deve ser um ambiente de respeito, inclusão e igualdade para todos os atletas, comissões técnicas, árbitros, dirigentes e torcedores.
Reafirmamos nosso compromisso inegociável com a luta contra o racismo e todas as formas de intolerância. Qualquer conduta que atente contra esses princípios será combatida com firmeza no âmbito das nossas competições e dentro de nossos regulamentos disciplinares.
A Federação Mineira de Handebol continuará promovendo ações educativas e de conscientização em prol de um esporte mais justo, humano e inclusivo, onde prevaleçam os valores da ética, do respeito mútuo e da convivência saudável.
Racismo é crime. Racismo não é opinião. Racismo não tem espaço no handebol nem em qualquer outro ambiente.
Federação Mineira de Handebol
Compromisso com a ética, o respeito e a justiça no esporte.
Handebol de Campestre é exemplo para o mundo
Campestre tem se destacado em âmbito nacional e internacional tendo como representante a jogadora Bruna de Paula, de 28 anos. A jogadora do Sul Minas e da Seleção Brasileira de Handebol brilhou nas quadras pelo handebol francês.
Entre 2016/2020 a amadora se destacou no time do Fleury Loiret e em seguida foi eleita a melhor jogadora da liga europeia vestindo a camisa do Nantes até 2011.
Bruna de Paula também atuou pelo Metz (2021/2023) na França antes de se transferir para o Győri, da Hungria, atual time onde acaba se tornar bicampeã pela Champions League de handebol.
Pela Seleção Brasileira, Bruna de Paula participou das Olimpíadas de Tóquio, em 2021 e em Paris em 2024, quando a seleção chegou até às quartas de finais.
