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Tradicional Festa de São Benedito de Machado chega à 109ª edição com reconhecimento estadual

O Boi das Oliveiras é uma das atrações culturais da festa centenária – foto 1º Terno de São Benedito

Segue até a próxima terça-feira, 26 de agosto, a centenária Festa de São Benedito de Machado, uma das mais conhecidas festas culturais, religiosas e gastronômicas de Minas Gerais.


A festa, patrimônio cultural imaterial do município desde 2012, em 2025 foi reconhecida de relevante interesse cultural de Minas Gerais através da lei 25.183/2025 e os 28 ternos de congadas de Machado compõe o dossiê do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que em junho deste ano reconheceu as congadas, congados e reinados de Minas Gerais como patrimônio cultural do Brasil.

Além dos 18 ternos adultos, Machado possui 5 ternos mirins ensinados na rede municipal de ensino e 5 ternos infanto-juvenis ensinados na rede estadual, todos com apoio da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura.

Entre as atrações culturais da festa esta o tradicional Boi das Oliveiras que se apresenta na noite deste sábado, logo após a novena, na Praça de São Benedito.

As festividades de São Benedito em Machado acontecem entre os 15 a 26 de agosto com congadas todos os dias, novena, praça de alimentação, feira de produtos e a tradicional gastronomia de São Benedito, o santo cozinheiro como o biscoito com pernil, pastel de fubá, churros, maça e morango do amor e feijão tropeiro.

Além da Alvorada que acontece na madrugada desta sexta-feira (15) a festa tenda a abertura da Tenda do Congo, subida do Mastro, concurso de poesia e desenhos, procissão, apresentação do boi e da mulinha, reinado, descida do mastro, samba do encontro, roda de congo e dinguelê do congo. A Festa de São Benedito de Machado é uma grande representação da cultura afro-brasileira e deve receber mais de 10 mil pessoas diariamente, dobrando a capacidade populacional do município com grande impacto no comércio, turismo e prestadores de serviços.

Em 2025, devido ao reconhecimento das congadas de Minas Gerais como patrimônio cultural do Brasil, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, visita pela primeira vez, as festividades, oportunidade que representará o governo federal e irá certificar os 28 grupos culturais machadenses, tal como receberá honrarias municipais como o título de rainha benemérita das congadas de Machado.

Boi das Oliveiras

Além da programação religiosa a programação cultural é um dos atrativos da festa, entre elas a apresentação do Boi das Oliveiras.

Organizado pelo Terno de São Benedito, o 1º Terno de Congada de Machado, o Boi das Oliveiras é a sensação no último sábado da festa.

A tradição do boi começou com os fundadores do terno, as famílias dos Ciroca e Moreira no bairro Vila do Céu.

A origem do boi

Diz a lenda que uma princesa africana foi prometida em casamento pelo pai para um príncipe. Porém a princesa não gostava do noivo e sim de um jovem congadeiro do povoado.

No dia do casamento foi preparada uma grande festa, todo reino foi convidado. Um festival com congadas e muita música foi programado para a recepção do noivo.

A princesa estava ao lado do rei no altar, montado em frente ao castelo à espera do noivo.

Enquanto o noivo não chegava, um desfile de congadas e outras atrações artísticas se apresentavam para a corte.

Entre as atrações surgiu um lindo boi, com um manto colorido que atraiu a atenção da multidão que começou a gritar: É o boi… é o boi.. é o boi…

O cântico tomou conta da multidão que saiu em cortejo atrás do boi, dançando e cantando.

O boi foi se aproximando do altar e num momento em que o rei se distraiu, o manto foi levantado e dentro estava o congadeiro por quem a princesa era apaixonada.

O jovem congadeiro disse, não fique triste minha princesa! Eu e o Boi das Oliveiras viemos lhe salvar. Entre aqui comigo e vamos fugir juntos! – disse o jovem congadeiro.

A princesa entrou debaixo do manto e fugiu com o jovem congadeiro. Juntos viveram um amor que se perpetuou pelas canções e histórias contadas e cantadas pelos congadeiros.

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