Literatura

Á Cecília Meireles R. Tereziano

 

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Durante a semana que se finda passamos por mais um aniversário de morte da grande escritora e poetisa brasileira Cecilia Meireles que morreu em 1964.

Me lembrei de meu tempo de quase adolescente, trabalhando no S.O.S.(Serviço de Obras Sociais)  de Poços de Caldas e do meu encontro de fato com a literatura e com literatos.

Na verdade, já pela infância bebia nas lembranças de minha mãe, momentos especiais de poesia e cantigas que faziam parte do seu dia-dia.

Foi no S.O.S que intensifiquei o meu contato com o saudoso escritor Jurandir Ferreira, que aliás, era padrinho de batismo de um dos meus irmãos, juntamente com sua esposa, a também escritora Elza Monteiro, fundadora da instituição  e , com ele fui para redação de jornais da época, como O Diário de Poços de Caldas onde conheci Milton Ferreira Costa, um dos maiores escritores de Poços de Caldas, Dr. Benjamim Rabelo Mariano e Charles Rodrigues de Carvalho, ambos poetas e escritores, dentre outros tantos intelectuais que se tornaram amigos.

No S.O.S além de se distribuir alimentos, medicamentos e outras utilidades como roupas e calçados, algumas vezes também oferecíamos livros encalhados que chegavam para doação. Eu me encarregava de distribuí-los. O livro que chegou em maior volume chamava-se A Campainha e o Camundongo, exatamente do escritor e jornalista Jurandir Ferreira.

Muitos outros títulos também passaram pelas minhas mãos, como Lindolfo Lino Belico, etc.  Mas meu assunto de hoje era Cecília Meireles. Certo dia chegou um grande volume de um livreto chamado “Ronda” de uma, quase anônima, escritora de nome Elza Heloísa.

Era composto de vários poemas e crônicas de estilo bem moderno. Nada de muita métrica e rimas, mas cheios de vida e liberdade poética. Um dos poemas chamava-se Ronda e dava nome ao livro.

Lembro-me  que terminava com a frase “Dois vultos e um só caminho”. O poema que mais me marcou era dedicado a nossa poeta maior Cecília Meireles.

Á Cecília Meireles       (Elza Heloísa)

Dedilhar ,dedilho, dedilharei,

a harpa do infinito a cantar

Os mistérios da vida amor e morte

Nos grandes ventos a sorrir e sonhar

 

A pedra fria na treva precipita

Na placidez destas horas mortas

Somente o símbolo inatingível

Éco de onde me encontro agora.

Onde tudo é liberto e conduz

Vivencias de paz inalterável

No esvoaçar de colibris em hinos

No cotidiano azul de um céu de anil,

No germinar de ramos acenando flores.

Alguns sonetos, textos e poemas, ficam para sempre na nossa memória. Quase  cinquenta nos já se passaram e ainda os tenho retidos na lembrança. Hoje, dei um passeio pelos diversos sites a procura de um livro chamado Ronda e de sua autora, Elza Heloisa (?) nada encontrei.

Então resolvi transcrever o texto acima que trago retido na  lembrança.

Roberto tereziano

 

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