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Abastecer com etanol é mais vantajoso em Minas Gerais

*Juliana Sodré

Com preço médio de R$ 3,68 o litro, o etanol voltou a ser mais vantajoso que a gasolina para os consumidores em Minas Gerais. É o que mostra estudo divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na média dos postos pesquisados no Estado, a paridade do etanol é de 69% do preço médio da gasolina, que está sendo comercializada a R$ 5,33.

Em Minas o preço médio d litro do etanol é de de R$ 3,68, segundo a ANP – foto arquivo

Os dados fornecidos pela ANP também mostram que na cidade de Belo Horizonte, o etanol tem sido consistentemente a escolha mais viável e econômica para abastecer veículos ao longo das últimas semanas. Os preços médios na Capital foram ainda menores quando registraram R$ 3,590 para o litro de etanol e R$ 5,200 para a gasolina. Uma relação de 69%.

Em Poços de Caldas o preço varia de R$ 3,29 a  R$ 3,99  o litro do etanol, segundo a pesquisa de preço mais recente do Procon Municipal.  

De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, o preço médio do litro do etanol chegou ao menor valor deste ano, voltando a ser competitivo frente à gasolina. “Chegamos ao mês de julho com muitas modificações tributárias no último ano tanto nos tributos federais quanto estaduais. Agora, estamos vendo que eles foram recompostos, o que torna o etanol mais competitivo”, avalia.

Ele explica que o etanol sempre teve incentivos tributários que o tornava mais competitivo e isso havia sido retirado em âmbito federal. “Desde julho do ano passado (2022), os incentivos foram retirados e só agora, em 1º de julho deste ano, voltamos a tê-los”, explica.

Campos avalia que agora, com “a volta à normalidade”, o etanol volta a ser mais competitivo. “Além de ser um combustível mais limpo e renovável, que promove a descarbonização, dá mais potência ao veículo e, agora, economicamente mais viável”, avalia.

O presidente do Siamig ressalta ainda que o preço do etanol nas bombas atingiu o seu menor patamar em 2023. O indicador Cepea/Esalq (do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) aponta uma queda de 25% no preço do etanol no produtor desde abril, início da safra 2023/24.

“Os níveis de consumo do etanol estavam baixos. Estamos vendo um aumento de consumo dos combustíveis no Brasil de 12%, mas estavam ficando com o mercado da gasolina. Agora, estamos em recuperação”, explica.

Dos 420 milhões de litros consumidos do Estado em maio (data do último levantamento), apenas 124 milhões de litros foram de etanol. “Trata-se de uma recuperação importante. Temos 85% da frota circulante no país com motores flex, então, podemos e queremos aumentar essa representatividade”, diz.

Aumento na produção de etanol

Minas Gerais se prepara para colher uma safra recorde de cana-de-açúcar. Segundo dados da Siamig, serão esmagadas pelo menos 72,5 milhões de toneladas na safra 2023/24, um volume que supera em 6% as 68,1 milhões de toneladas processadas no período anterior. O maior volume já processado no Estado foi registrado em 2020/21, com 70,8 milhões de toneladas de cana esmagadas.

A Siamig também projeta um aumento na produção de etanol na safra 2023/24, com previsão de fabricação de 3,06 bilhões de litros, superando em 6% os 2,89 bilhões de litros produzidos na safra 2022/23. A associação destaca o etanol hidratado, com uma estimativa de aumento de 14% na produção, atingindo 1,8 bilhão de litros.

O aumento da oferta gera uma expectativa de redução nos preços, mas Mário afirma ser difícil fazer esta previsão. “Mas, temos o Brasil inteiro produzindo etanol. Tanto de cana quanto de milho. Vamos ter muita oferta”, diz.

Vantagens

O dirigente ressalta que mesmo quando a paridade com a gasolina ultrapassa os 70%, o etanol continua competitivo. Mas diz ser essencial uma análise detalhada por parte dos proprietários de carros flex em vistas de determinar qual combustível é mais vantajoso em diferentes momentos, levando em conta as variações de preço e a eficiência de cada um.

“A regra dos 70% não é uma medida absoluta e pode não se aplicar a todos os veículos. O consumidor precisa conhecer o veículo e a variação dele. E não é apenas este o benefício”, conclui.

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