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Advogada é investigada após denúncia ter cometido injúria racial

A Polícia Civil de Poços de Caldas instaurou um inquérito para apurar mais uma denúncia de injúria racial cometida contra uma técnica em segurança no trabalho em um grupo do Facebook. A acusada expôs fotos da vítima com comentários ofensivos sobre a cor e o cabelo dela.

delegacia de policia civil
Este é o segundo inquérito instaurado pela Polícia Civil de denúncia sobre injúria racial – foto arquivo Poçoscom.com

A técnica em segurança no trabalho, Jéssica Nuevo da Silva, de 41 anos, registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Militar no dia 7, depois que a advogada iniciou as ofensas em um post que a vítima falava sobre perfil falso em um grupo do Facebook da cidade, com mais de 34 mil integrantes, quando a advogada começou a ofender Jéssica.

De acordo com a vítima, a advogada entrou no perfil de Jéssica e passou a postar fotos da vítima nos comentários da postagem com ofensas sobre a cor e o cabelo dela. Em um dos comentários a acusada disse “Quem sabe um creminho bom no cabelo que te odeia”, se referindo a uma foto em que a técnica de segurança está com o cabelo trançado.

De imediato, Jéssica fez a captura das ofensas e comentário e registrou o boletim de ocorrência.

A advogada compartilhou fotos da vítima em comentários da postagem no grupo – foto reprodução arquivo pessoal Jéssica Nuevo

O material vai servir de prova, que será anexado ao inquérito policial. A advogado já foi identificada. Trata-se de uma moradora de Abeté, no Centro-Oeste de Minas. Assim como a vítima ela também será ouvida pela Polícia Civil.

De acordo com o advogado de Jéssica, Gilberto Silva, especialista em crimes contra honra, não se trata de perfil fake. Embora exista a sensação de impunidade na internet, o sistema jurídico oferece meios para identificar o autor. Atualmente a legislação equipara o crime de injúria racial ao crime de racismo, o que é o começo de uma grande vitória para o povo preto. Infelizmente existem também as ofensas e ataques racistas de forma presencial. O racismo é tão cruel que as pessoas têm receio de denunciar, mas é preciso que as vítimas não se calem”, ressalta Silva.

Segunda denúncia de injúria racial em menos de um mês

Este é o segundo caso de injúria racial investigado pelo delegado José Armando Ferraz, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil em menos de um mês.

A auxiliar de serviços gerais Priscila Cristina Martins, de 29 anos foi ofendida pela colega de trabalho dentro de uma agência do Banco do Brasil, quando a colega fez um comentário sobre a cor do chão que a vítima havia limpado, comparando com a cor da pele dela.  O inquérito ainda está em andamento.

Na ocasião, a atitude foi repudiada pelo Coletivo Negro de Poços (Conep) o qual Jéssica faz parte. ” O Coletivo foi criado também para este tipo de crime não fique impune. Para que lutemos contra o preconceito e o racismo. A luta é diária e é importante que casos assim sejam denunciados. Eu não me calei. A advogada imaginou que não iria acontecer nada, pois ela mora em outra cidade, mas ela foi denunciada. Eu estou tranquila e só quero justiça,” desabafou Jéssica.

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