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Bibliotecárias municipais falam sobre a importância da profissão no Dia do Bibliotecário

As profissionais são fundamentais no desafio de incentivar a leitura na era digital – foto Secom

Nesta terça-feira, 12 de março, é celebrado o Dia do Bibliotecário, profissional responsável pela organização, catalogação e categorização, processos que deixam a informação sobre um documento, obra ou coleção mais acessível, tudo para que o leitor localize sem demora o assunto de seu interesse.

O Dia do Bibliotecário foi oficializado em 1980 e é uma homenagem ao escritor, poeta e bibliotecário Manoel Bastos Tigre, que foi diretor, nos anos 1950, da Biblioteca Central da Universidade do Brasil, como era conhecida a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

No Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas de Poços de Caldas, são duas profissionais responsáveis pelo trabalho, que engloba as cinco unidades de acesso público: Magaly Franco e Juliana Cardoso. Para marcar o Dia do Bibliotecário em Poços de Caldas, elas responderam a perguntas sobre o ofício:

MAGALY FRANCO

Hoje é o Dia do Bibliotecário. Qual é a importância dessa data?
Essa data foi instituída através de um decreto do ano de 1980, comemorando o aniversário do primeiro bibliotecário, considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, que era um engenheiro e escritor chamado Bastos Tigre.

Magaly Franco – Bibliotecária -foto Secom

Como é a regulamentação da profissão no Brasil?
A nossa lei 4084, de 1962, vem regulamentar a profissão, dando a atribuição que é exclusiva do bibliotecário. Então, todo bibliotecário tem que ser um bacharel em Biblioteconomia e para exercer a profissão tem que estar devidamente registrado no seu conselho. E no Artigo 6º fala quais são as atribuições exclusivas de um bibliotecário: a organização, a administração, a direção de uma biblioteca e também o processamento técnico e também ele pode lecionar no Bacharelado em Biblioteconomia. Qualquer pessoa que não cumpra, que não esteja nessa exigência, está no exercício ilegal da profissão, que é crime, previsto no Código Penal, inclusive até com prisão. Os auxiliares de biblioteca trabalham sob a supervisão de um bibliotecário. Então, essa lei é para proteger essa profissão. Nós pagamos a nossa anuidade, cumprimos com o dever também e esperamos que os contratadores – a maior parte são órgãos públicos, na esfera estadual, municipal e federal – cumpram também com isso.

Depois de anos de profissão, o que você mais gosta como bibliotecária?
O que me levou a escolher a biblioteconomia, que é uma segunda profissão, já que eu sou formada também em licenciatura em Estudos Sociais, foi o gosto pela leitura. De certa forma, a gente, como bibliotecário, tem uma função social e cultural de disseminar a leitura e de trabalhar toda a informação para facilitar a acessibilidade do leitor. Qualquer informação que ele tem, que ele queira, é a gente que facilita. Agora, o que eu mais gosto no meu trabalho é o que eu faço há muito tempo, que é o processamento técnico, é a classificação, é a catalogação e a indexação do livro. Quando eu classifico, eu determino que assunto que ele é, dando a localização dele, mostrando onde vai ser localizado na estante e dando um significado pra ele que é um código que vai mostrar o que aquele livro expressa, qual a representação dele, qual é o assunto ou assuntos dele. Então, o que eu mais gosto mesmo é o que eu faço aqui dentro. Embora muita gente ache muito chato, técnico, é um trabalho que exige muita atenção, muita concentração para fazer. Tem que gostar do que faz.

Enquanto leitora, tem alguma seção favorita?
Sim, eu sempre gostei de ler muito a literatura latino-americana e também os lusófonos, eu gosto muito da literatura produzida em Moçambique, em Angola, a de Língua Portuguesa em geral.

E aproveitando que estamos no Mês da mulher, que escritora você admira e gostaria de indicar para os leitores?
Eu tenho lido muito as escritoras nigerianas, a Chimamanda [Chimamanda Ngozi Adichie] é uma que eu gosto muito e temos aqui na biblioteca algumas obras dela. Mas eu gostaria de indicar a nossa estante do Mulherio das Letras. O Mulherio das Letras é um coletivo de mulheres, um coletivo feminino, composto por mais de 7 mil mulheres no Brasil, que são escritoras, ilustradoras, livreiras ou editoras de livro, e nós temos aqui essa estante com produções femininas brasileiras.

JULIANA CARDOSO
O que mais gosta no seu trabalho como bibliotecária?
Gosto do processamento técnico, o tratamento da informação: catalogar, classificar, indexar. E sou apaixonada em recuperação de livros.

Juliana Cardoso – Bibliotecária

Como a biblioteca pode impactar positivamente a vida das pessoas?
Uma biblioteca bem equipada permite ao cidadão a consciência da sua função dentro da sociedade e a possibilidade de conhecer tudo o que o mundo oferece.

Qual é a sua seção favorita na biblioteca?
Não tenho uma seção favorita. Mas meu xodó, na Biblioteca Júlio Bonazzi, é o Acervo Antigo.

Aproveitando que estamos no mês da pluralidade feminina em celebração às mulheres, qual escritora você mais gosta e gostaria de nos indicar?
Não poderia indicar outra autora, Jane Austen. Autora atemporal que escreveu em seus livros a feminilidade, igualdade e liberdade de expressão das mulheres.

Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas
Em Poços de Caldas, o Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas está a cargo da Secretaria Municipal de Cultura e conta com cinco bibliotecas: Biblioteca Municipal Centenário (Espaço Cultural da Urca), Júlio Bonazzi (Praça Tiradentes – Monjolinho), Manuel Costa Guimarães (Avenida Jaçanã Musa dos Santos – Conjunto Habitacional), Marcus Vinícius de Moraes (Avenida Coronel Virgílio Silva – Vila Nova) e Biblioteca do Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU da zona leste) e também uma cabine literária, na Rua São Paulo.

Além das bibliotecárias, auxiliares de bibliotecas, agentes administrativos e auxiliares de serviços gerais também compõem a equipe responsável por manter abertas essas janelas para o mundo.

“Aproveitamos a data para parabenizar nossas bibliotecárias, destacando o trabalho de grande relevância que prestam no fomento e incentivo ao livro, à leitura e à literatura. Agradecemos a essas profissionais, em nome de cada leitor que pôde abrir-se para uma nova jornada a partir dos livros”, ressalta a coordenadora das Bibliotecas Públicas, Raissa Melo.

Na era da informação na palma da mão, a um clique em celulares, tablets e computadores, as bibliotecas públicas seguem no propósito de democratizar o acesso ao livro, à leitura, à literatura e ao conhecimento. Além da disponibilização do acervo físico, os espaços funcionam também como ponto de encontro para estudantes e locais de estudo para pesquisadores, oferecendo ainda atrativos para o público infantil, atuando na formação de novos leitores. – Fonte e texto – Secom

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