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Caso Pavesi: Julgamento de médico entra no segundo dia

Teve início às 9h da manhã desta terça-feira, 19, em Belo Horizonte o segundo dia de julgamento do médico Álvaro Ianhez, um dos médicos acusados pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, em abril de 2000, em Poços de Caldas.

O pai da vítima e o réu foram ouvidos no primeiro dia de julgamento por vídeo-conferência – foto TJMG

O primeiro dia de audiência foi marcado pelo depoimento da única testemunha de acusação, o pai da vítima, Paulo Pavesi, que participou do julgamento por vídeo-conferência falando direto de Milão, na Itália. O depoimento durou cerca de duas horas.

As outras testemunhas de defesa também foram ouvidas virtualmente das cidades Poços de Caldas, Campinas, Porto Alegre e Cruzília. O réu também foi ouvido por vídeo-conferência em um endereço particular em São Paulo.

Nesta terça-feira, a segunda parte do julgamento, que acontece no Fórum Lafayte terá alegações da acusação e da defesa antes da decisão dos jurados. Quatro mulheres e três homens compõem o conselho de sentença.

Em janeiro deste ano, outros dois médicos, José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto, foram condenados a 25 anos de prisão. Já Marcos Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri.

Os dois médicos condenados no dia 30 de janeiro foram soltos no dia 19 de fevereiro, após o Superior Tribunal de Justiça em Brasília conceder um Habeas Corpus e aguardam pelo recurso em liberdade.

Outros três médicos chegaram a ser condenados em 2014, mas a sentença foi anulada dois anos depois.

Relembre o caso

O caso Pavesi teve como início o ano 2000, após a morte de Paulo Veronesi Pavesi.  O menino na época com 10 anos caiu de uma altura de dez metros, e segundo as investigações, teve o exame que indicou a morte encefálica forjado para a remoção dos órgãos.

Os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado.

De acordo com a Justiça, os quatro médicos teriam sido responsáveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos da vítima.

Segundo a Justiça, o exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado, e o menino ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.

Os quatro negam qualquer irregularidade, tanto nos exames quanto nos transplantes aos quais Pavesi foi submetido.

A pedido do Ministério Público, na época o promotor Sidnei Boccia, o julgamento foi desmembrado e transferido de Poços de Caldas para Belo Horizonte em agosto de 2014, para evitar a influência econômica e social dos médicos sobre os jurados.

A denúncia de um suposto esquema para a retirada ilegal de órgãos de pacientes em Poços de Caldas resultou no descredenciamento da Santa Casa para a realização de transplantes e remoção de órgãos em 2002 e também a extinção da entidade MG Sul Transplantes, responsável por coordenar as ações no Sul de Minas.

O processo de Paulinho Pavesi ficou conhecido também como o “Caso 0”, que deu origem a uma investigação apurou irregularidades na retirada de órgãos em outros 8 processos.

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