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Caso Pavesi: Médico condenado na semana passada ainda não se apresentou à Justiça

O nefrologista, Álvaro Ianhez, de 75 anos, condenado a 21 anos e 8 meses de prisão pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, em abril de 2000, em Poços de Caldas, ainda não se apresentou à Justiça. A sentença foi proferida na última terça-feira, 19, pelo juiz Daniel Chaves, após julgamento realizado no Fórum de Lafayte em Belo Horizonte.

Julgamento foi realizando na última terça-feira, 19 e a sentença proferida em seguida

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o médico é considerado foragido. Até esta terça-feira, 26, uma semana depois do julgamento ainda não havia registro da prisão do nefrologista no processo.

O médico não estava presente no Primeiro Tribunal do Júri de Belo Horizonte e participou do júri por meio de vídeo-conferência da casa dele em São Paulo.

O julgamento durou dois dias. O pai da vítima e a única testemunha de acusação, Paulo Pavesi também participou do julgamento por vídeo-conferência direto de Milão, na Itália.

Após a leitura o juiz determinou que fosse cumprido o mandado de prisão expedido contra o médico e negou que o direito do médico recorrer em liberdade.

Álvaro Ianhez ainda não se apresentou à Justiça

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Como não estava de forma presencial no julgamento, o médico deveria ser apresentar e cumprir a ordem judicial. Ainda segundo a assessoria, se isso não ocorrer, ele será considerado foragido e os sistemas integrados das polícias, inclusive internacional, Banco Nacional de mandados de prisão e Polinter, por exemplo, são comunicados.

O Poçoscom.com entrou em contato com o advogado de defesa de Ianhez, Luiz Chimicatti, mas a informação é de que ele não falará sobre o assunto.

Médicos condenados aguardam por recurso em liberdade

Em janeiro deste ano, outros dois médicos, José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto, foram condenados a 25 anos de prisão. Já Marcos Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri.

Os dois médicos condenados no dia 30 de janeiro foram soltos no dia 19 de fevereiro, após o Superior Tribunal de Justiça em Brasília conceder um Habeas Corpus e aguardam pelo recurso em liberdade.

Outros três médicos chegaram a ser condenados em 2014, mas a sentença foi anulada dois anos depois.

Os médicos negam qualquer irregularidade, tanto nos exames, quanto nos transplantes que o menino foi submetido.

Relembre o caso

O caso Pavesi teve como início o ano 2000, após a morte de Paulo Veronesi Pavesi.  O menino na época com 10 anos caiu de uma altura de dez metros, e segundo as investigações, teve o exame que indicou a morte encefálica forjado para a remoção dos órgãos.

Os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado.

De acordo com a Justiça, os quatro médicos teriam sido responsáveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos da vítima.

Segundo a Justiça, o exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado, e o menino ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.

Os quatro negam qualquer irregularidade, tanto nos exames quanto nos transplantes aos quais Pavesi foi submetido.

A pedido do Ministério Público, na época o promotor Sidnei Boccia, o julgamento foi desmembrado e transferido de Poços de Caldas para Belo Horizonte em agosto de 2014, para evitar a influência econômica e social dos médicos sobre os jurados.

A denúncia de um suposto esquema para a retirada ilegal de órgãos de pacientes em Poços de Caldas resultou no descredenciamento da Santa Casa para a realização de transplantes e remoção de órgãos em 2002 e também a extinção da entidade MG Sul Transplantes, responsável por coordenar as ações no Sul de Minas.

O processo de Paulinho Pavesi ficou conhecido também como o “Caso 0”, que deu origem a uma investigação apurou irregularidades na retirada de órgãos em outros 8 processos.

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