Comerciantes tentam contabilizar o prejuízo causado pelo temporal
A manhã foi de limpeza nas principais ruas de Poços de Caldas, atingidas pelo alagamento da noite de terça-feira, 19. Na rua Junqueiras, homens do Dmae e da Secretaria de Serviços Públicos auxiliavam na limpeza. Nas lojas, escritórios e edifícios, funcionários também se emprenharam para reestabelecer a ordem. Na Câmara Municipal a água chegou a invadir a cozinha que fica na parte mais baixa e precisou ser bombeada. Ainda pela Junqueiras era possível ver a situação dos estacionamentos do banco Itaú que é subterrâneo e também do outro que fica ao lado com entrada pela Prefeito Chagas. Muitos carros ainda estavam cobertos pela água.
Na farmácia foi preciso usar baldes para retirar a água que ainda acumulava nos fundos. A mesma coisa na padaria que fica ao lado. As funcionárias tentavam tirar a lama que cobria o chão e parte dos equipamentos. Ainda é cedo para calcular o prejuízo.
Coincidentemente uma família de Vargem Grande Paulista, deixava o hotel Carlton Plaza justamente no dia depois do temporal. Alor Caetano Pereira estava desde sábado na cidade e iria embora hoje mesmo. Ele, a esposa e o filho, jantavam na hora do temporal e presenciaram o momento em que a água começou a tomar conta da rua, inclusive a a parte subterrânea do hotel onde funciona a lavanderia. É a primeira vez que o contador vem a Poços e disse que ficou assustado com tanta água, mas que o fato não deve influenciar a família e um dia pretendem visitar novamente a cidade.
Enquanto a família embarcava no carro que não foi atingido pela chuva, do outro lado da rua, funcionários e comerciantes trabalhavam para retirar os destroços das mercadorias e móveis de dentro da loja Itapuã.
O proprietário do imóvel, Silvio Arnaldo Costa, conta que um portão de ferro que dá acesso ao córrego Vai e Volta ajudou no acúmulo de água. Quando o córrego transbordou, ele mostra que a força da água chegou a estufar a parede que dá acesso a rua. Para o proprietário se o portão não tivesse uma vedação feita com chapa de aço, poderia ter liberado parte da água e impedido que ela entrasse por trás dos pontos comerciais que compõem o prédio. O secretário de Defesa Social, Luis Carlos Lima, disse que vai estudar a possibilidade de tirar a chapa de aço do portão, mas ele acredita que por conta da quantidade de água que caiu sobre a cidade, não iria resolver muita coisa.
Dando volta pelo fundo das lojas que fazem parte do prédio, é possível entender o que aconteceu e ver a dimensão dos estragos. O Córrego Vai e Volta passa atrás das lojas como a Casa das Meias e o Teatro de Bonecos. A força da água derrubou a parede de um salão de beleza e invadiu todos os estabelecimentos existentes ali. A proprietária do salão, Damares Neofit acredita que vai levar uns 6 meses para voltar a funcionar. O prejuízo deve chegar a R$ 10 mil reais. Já no Teatro dos Bonecos os danos ainda estão sendo avaliados. O equipamento de som e iluminação avaliado em R$ 50 mil reais estavam misturados em meio a tanta lama. Os 200 bonecos, figurinos e textos se perderam junto à correnteza. Para Augusto Noronha, Diretor do teatro, não tem como calcular o prejuízo.
Na próxima sexta-feira, estava previsto o início de uma temporada com a estreia do espetáculo “ O Huis-clos”. Agora não tem previsão de quando as cortinas vão se abrir novamente para o público.