Companhias de Reis gravam apresentação para manter a tradição durante a pandemia

Por conta da pandemia do novo coronavírus, o Encontro de Folia de Reis de Poços de Caldas, que acontece anualmente na Basílica Nossa Senhora da Saúde, no início de janeiro, não será realizado. Para manter a tradição, a Secretaria Municipal de Cultura idealizou um formato diferente, com a gravação das apresentações. O vídeo será disponibilizado no dia 06 de janeiro, Dia de Santos Reis, no Canal do Poços Curte em Casa – Lei Aldir Blanc no YouTube.

A gravação foi realizada durante todo o dia, nesta quarta-feira, 30 de dezembro, nas dependências do Espaço Cultural da Urca, com a adoção de medidas de segurança e sem a presença de público. O palco do Teatro Benigno Gaiga foi especialmente decorado para receber as sete Companhias de Reis participantes: Cia de Reis Sr. José Vitor, Bons Caminhos, Comunidade dos Três Reis, Sul das Gerais, Estrela do Oriente, Benedito Luiz da Costa e Pedro Gomes.

Realizado pela Secretaria Municipal de Cultura, o Encontro de Companhias de Santos Reis tem como objetivo incentivar e valorizar a manifestação cultural tradicional em Poços de Caldas, resgatando e mantendo o patrimônio imaterial do município.

“Neste ano, por conta da pandemia, tivemos que adaptar o formato do tradicional encontro de Companhias de Reis, de maneira a garantir a adoção de medidas sanitárias e sem a presença do público. Para a gravação, os grupos foram agendados em horários específicos, com o suporte da equipe da Secult, e o resultado final da captação será apresentado em formato de vídeo na Internet, incentivando a manutenção desta tradição tão rica do município”, destaca o secretário municipal de Cultura, Gustavo Dutra, que vem de família ligada à tradição de Reis em Poços. Seu avô, Antônio Custódio dos Santos, integrou a Cia. de Reis Zé Santana. “Meu tio, irmão dele, hoje é bastião na Companhia do Pedro Gomes”, conta Gustavo.

Tradição de Reis
Conhecidas em alguns locais como Ternos de Reis ou Bandeiras, as Companhias de Reis fazem parte de uma tradição que permanece no Sul de Minas e nascem da devoção a Santos Reis. O enredo da festa popular de origem portuguesa lembra a viagem dos três reis magos – Baltazar, Melchior e Gaspar – a Belém para encontrar Jesus recém-nascido.

Os cortejos, formado por músicos, cantores e palhaços (também chamados alferes ou bastiões) percorrem toda a região rezando através do canto, pedindo bênçãos aos donos das casas por onde passam, numa demonstração de fé e cultura popular. Os destaques das Companhias de Reis são os palhaços ou bastiões, com suas máscaras assustadoras, que representam os Reis Magos que se camuflam para enganar os soldados de Herodes.