Demissões na Santa Casa devem chegar a 120 funcionários
Com a chegada do novo superintendente da Santa Casa no mês de março deste ano, foi dado início a uma reforma administrativa para redução de custos devido à dificuldade financeira enfrentada pelo hospital. Entre as medidas está a demissão de funcionários.
As demissões ganharam intensidade no início da pandemia do Coronavírus em vários setores, principalmente no de fisioterapia, situação que causou polêmica na cidade por conta da decisão.
Porém os cortes do quadro de funcionários continuaram e devem se estender até esta quinta-feria, 30, totalizando cerca de 120 colaboradores, de um efetivo de 850 funcionários.
Em nota oficial o superintendente Ricardo Sá, justificou os cortes informando que pelos levantamentos feitos em relação aos custos e a situação financeira do hospital, ficou constatado que somente a folha de pagamento é responsável por 75% das despesas.
Ainda segundo o superintendente, o corte de 14% do efetivo foi avaliado de acordo com as condições de contingenciamento de pessoal e assim continuar prestando o serviço à população.
Leia nota oficial na íntegra
Sou profissional executivo na área de saúde por muitos e muitos anos, há 38 anos estou neste segmento e, nesses 45 dias em que estou aqui na Santa Casa de Poços, venho debruçado, junto com outros diretores, no entendimento quantitativo de colaboradores e na realidade financeira desta Casa. Percebemos assim alguns fenômenos muito complicados em que temos que atuar de maneira muito contundente para salvar essa instituição.
Sobre os cortes, que irão chegar a 14% de nosso contingente de colaboradores, foram avaliadas as condições de contingenciamento de pessoal e a realidade financeira. A Santa Casa de Poços tem um resultado financeiro muito abaixo do necessário para que ela possa se sustentar. A grande realidade é que, mês a mês, durante muito e muito tempo, a instituição tem fechado no vermelho.
A Santa Casa contava até aqui com uma realidade inequívoca, já que o contingente de pessoal que tinha aqui ultrapassava as necessidades de implementação de infra-estrutura de atendimento. Nós encontramos aqui um plantel grande, além do necessário para que essa empresa possa prestar um bom serviço para a população.
A realidade financeira da Santa Casa não suporta o tamanho da folha de pagamento que essa instituição carrega. Financeiramente é inadministrável colocar esse Hospital em andamento com o tamanho da sua folha de pagamento.
Essa realidade fez com que a gente tivesse que tomar algumas ações em relação a redução de custos, trazendo para uma realidade do contingenciamento necessário que essa casa consiga gerar os seus serviços. Foi feito um cálculo de redimensionamento de todos os departamentos. Até então, a folha de pagamento respondia por 75% das despesas do Hospital, o que é inadmissível, já que nenhuma empresa no mundo consegue se sustentar dessa forma.
Futuro
Fizemos sim essa redução na folha de pagamento, que primariamente termina agora no fim de abril e começaremos um mês de maio mais enxutos em relação a despesas com funcionários, na certeza e garantia que as pessoas que permanecem vão dar conta do trabalho assistencial que é realizado nesta instituição.
Isto feito, nós daremos continuidade a um processo que chamamos de despesas acessórias, como compra de materiais, compra de medicamentos, insumos, renegociações de fornecedores. Essas despesas estão sendo todas reavaliadas e reconduzidas para que a gente possa minimizar o impacto financeiro dentro do que é a realidade de faturamento desta Santa Casa, já que, se continuasse da forma que estava, a instituição indubitavelmente iria fechar suas portas.
Estamos realizando esse trabalho de refinanciamento de todo o modelo atual de custeio para adequar esse custeio a realidade financeira do Hospital. Em uma segunda etapa, estamos fazendo um trabalho interno de como podemos otimizar o financeiro da empresa, um processo que é mais demorado, de médio a longo prazo. Esperamos que daqui um ano e meio a gente consiga ter na Santa Casa uma configuração de faturamento que, junto com a redução de despesas, vai trazer equilíbrio e saúde financeira, para que a instituição possa continuar a prestar o serviço de excelência que sempre prestou para Poços de Caldas e região.
Ricardo Sá
Diretor Superintendente
Santa Casa de Poços de Caldas