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Diretor do Hospital Santa Lúcia aponta a necessidade de mais leitos específicos para enfrentamento da Covid-19 em Poços

O diretor do Hospital do Coração Santa Lúcia, dr. Assad Aun Netto, se reuniu na tarde desta segunda-feira, 22, com os vereadores da Câmara Municipal de Poços de Caldas para debater assuntos referentes à Covid-19 no município.

O Hospital Santa Lúcia é uma referência também no atendimento aos casos positivos com a COVID-19. Até o momento já foram atendidos 43 pacientes no hospital – foto Ascom/Câmara

Dr. Aun falou sobre a situação da pandemia não só em Poços, mas em todo Brasil, apontando os últimos acontecimentos e o aumento do número de casos. Falou ainda sobre a necessidade de se oferecer UTIs mais seguras para o atendimento de pacientes com Covid-19, destacando casos de grandes hospitais do país que sofreram no início da pandemia devido ao desconhecimento da doença e também pela falta de estratégia no combate ao novo coronavírus.

O Hospital Santa Lúcia também é uma referência no atendimento aos casos positivos com a COVID-19, já tratou até o momento 43 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva.

E ao falar especificamente do hospital que administra, Dr. Aun explicou que hoje o Santa Lúcia pode ser dividido em dois hospitais independentes: o hospital 1, já tradicional no atendimento de doenças e cirurgias do coração e AVC e o hospital 2, montado e estruturado para atender exclusivamente aos casos de COVI-19, com 20 novos leitos de UTI, preparados de acordo com orientações do Ministério da Saúde, com alto isolamento, manejo e higienização, seguindo protocolos rígidos de segurança, tanto para os pacientes, quanto para os profissionais que atuam no hospital. “Nós trouxemos essa inovação e tomamos corajosamente a medida de seguir uma portaria federal [que dispõe sobre a instalação de unidades de atendimento de Covid-19] e preparamos 20 leitos específicos para UTI,” disse.

Segundo o diretor, a progressão de casos de Covid- 19 é preocupante, inclusive, com contaminação de profissionais de saúde, conforme foi divulgado recentemente no município. Ele destacou a necessidade de os leitos para atendimento de pacientes positivos para a doença serem totalmente separados e isolados dos leitos oferecidos para demais pacientes. “O Ministério da Saúde já lançou essa portaria dizendo que as unidades preconizadas para serem instaladas UTIs [para Covid-19] têm de ser de alto isolamento, diferenciadas do que já existia em uma UTI tradicional e separadas de um hospital que tem maternidade ou tem oncologia. Porque, se houver contaminação desses pacientes, o que é que vai acontecer? Se nós já temos experiência do hospital Sírio Libanês que fechou uma quantidade enorme de leitos e o hospital Albert Einstein, eles ficaram apavorados lá no início. E está acontecendo em Poços de Caldas, ou seja, de seis, sete dias pra cá, estamos começando a ter o Covid invadindo e, logicamente, os hospitais precisam estar mais preparados. A Covid nem sequer está no pico”, alertou.

Diante desta situação, dr. Aun apontou que, caso se confirme o pico da doença, o Hospital Santa Lúcia terá que estar preparado com mais leitos específicos com alto índice de segurança, assim como os 20 já instalados no que ele chama de Hospital 2.

Segundo o diretor, para a estruturação dessa Unidade de Covid-19 foram investidos cerca de R$5 milhões e para aumentar em 10 ou 20 leitos, será necessário estabelecer uma estratégia, junto à Câmara dos Vereadores, para conseguir recursos, já que o Hospital Santa Lúcia, por não ser considerado um hospital filantrópico, esbarra em questões legais e burocráticas para o repasse de verbas. “Nesses dias, com os últimos acontecimentos, eu me movimentei em todos os sentidos, liguei para o Ministério da Saúde, falei com a Associação de Hospitais que me passou que os hospitais privados que estavam dando assistência estavam tendo dificuldades de ter repasses através das Leis antigas.

Mas, para esses 10 leitos a mais eu preciso sim de suporte, de custeio. Se existem possibilidades legais, eu peço (a todos os vereadores) uma atenção para essas possibilidades, para que elas possam seguir adiante. Se existe possibilidade legal baseado na excepcionalidade, isso é legal, e se é legal, pode ser adotado e isso é uma saída,” afirmou dr. Aun.

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