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Dom Lanza não recomenda jejum neste domingo

Após a convocação feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para que os brasileiros façam jejum religioso neste domingo, 5, para que o Brasil fique livre do Coronavírus, o Bispo Diocesano da Diocese de Guaxupé, Dom José Lanza Neto, emitiu neste sábado, 4, uma nota oficial recomendando à comunidade católica que não faça jejum manhã.

Bispo Diocesano não recomenda o jejum neste domingo

Na nota, o Bispo sugere cautela quanto à participação de iniciativas de cunho controverso, como a que foi proposta pelo presidente e ainda considerou inoportuna a participação dos católicos do jejum previsto para amanhã, uma vez que os ensinamentos da Igreja Católica, que não indica ou orienta a realização do jejum como prática penitencial aos domingos.

A Diocese de Guaxupé abrange a 7 municípios na região, entre eles Poços de Caldas. A Diocese é responsável por 87 paróquias nestes 7 municípios compreendidos no Sul e Sudoeste de Minas.

Na região o prefeito de Alterosa, Hermes de Souza Silva, (PSB), baixou um decreto para que a população fizesse jejum neste sábado.

O decreto direcionado a população pedia a quem pudesse que se dedicasse no dia para jejuar e orar a Deus pedindo que tenha misericórdia da população do município diante da pandemia mundial da Covid-19.

O município faz parte do setor paroquial da Diocese de Guaxupé. Lá são coordenadas 10 paróquias.

Leia a nota do Bispo Diocesano na íntegra

Guaxupé, 4 de abril de 2020.

Aos padres e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas,

Considerando com atenção e cuidado o momento em que nos encontramos, oriento prudência na realização de quaisquer atividades que venham a comprometer a estabilidade social e religiosa de nosso povo, especialmente neste momento de tamanha fragilidade de nossa sociedade.

Assim, sugiro cautela quanto à participação em iniciativas de cunho controverso, que não sabemos ao certo de sua intencionalidade, se derivam de uma proposta religiosa ou política.

Quanto ao jejum sugerido pelo senhor Presidente da República para o dia 5 de abril, considero inoportuna a participação dos fiéis católicos, amparado pelo ensinamento da Igreja que não indica a realização dessa prática penitencial aos domingos.

A compreensão do Dia do Senhor é possível graças à carta apostólica Dies Domini, do papa São João Paulo II. O Sumo Pontífice cita no documento uma definição de Santo Agostinho: “Omitem-se os jejuns e reza-se de pé como sinal da ressurreição” (DD, n.53).

O Código de Direito Canônico, lei suprema que rege a Igreja, concede somente às Conferências Episcopais “determinar mais pormenorizadamente a observância do jejum e da abstinência” (cân. 1253). Lembro, oportunamente, que nos aproximamos da Sexta-Feira Santa (10/abril), dia indicado pela lei canônica e pela antiquíssima tradição da Igreja como momento propício para o jejum e a abstinência de carne.

Conto com a compreensão e o acolhimento desta orientação.

Fraternalmente,

Dom José Lanza NetoBispo de Guaxupé

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