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Especial Mãe Coragem – Zélia Gonçalves

“Foi um sofrimento feliz”

Sem chances médicas de engravidar, vítima de paralisia infantil Zélia já comemora seu 12º Dia das Mães

 

Já são doze Dias das Mães, mas a emoção é sempre a mesma. A dona de casa Zélia Gonçalves não cabe em si quando olha para sua filha, Amanda Vanessa, já mocinha, parceira da mãe nas tarefas da casa e do mundo. Até aí apenas mais uma história de amor maternal. Mas, para Zélia, a maternidade biológica é um milagre que contraria a medicina, um exemplo de fé e amor à vida.

Vítima de paralisia infantil, Zélia não só é cadeirante, como precisou passar por diversas cirurgias durante a vida, incluindo um implante de platina na coluna. Nesta condição, conheceu Ricardo Sabino, colega de religião, 15 anos mais novo que ela, em um grupo de oração da Igreja Católica. Desse improvável encontro, nasceu um amor que já dura 17 anos e que precisou lutar contra o preconceito, contra as dificuldades médicas e até mesmo contra as famílias.

“A gente acredita que foi plano de Deus. Vencemos os obstáculos e casamos. Assim que casei, procurei um ginecologista para ver a possibilidade de uma gravidez e ele tirou todas as minhas esperanças, disse que eu corria risco de vida se engravidasse. Mas, depois de quatro anos, eu engravidei”, conta a dona de casa.

Ser mãe era um sonho de menina que nem a poliomielite conseguiria afastar. Os prognósticos não eram favoráveis. Os médicos avaliaram que o bebê teria de ser retirado até os seis meses de gestação, antes que a platina da coluna da mãe se deslocasse e perfurasse o pulmão. “Mas tive uma gravidez normal, completa, de nove meses”, relembra Zélia.

Gestação complicada, é verdade. “A partir do sexto mês, tive bastante dificuldade. O médico disse que teria que fazer anestesia geral por causa da minha coluna e que tinha que tirar o bebê antes da anestesia chegar nele, porque senão a menina teria complicações. A pediatra abriu o jogo comigo e disse que teria que torcer para que a menina nascesse chorando, porque se ela nascesse desacordada, tinha sido atingida pela anestesia”.

Daí para frente, uma mistura de sentimentos conviveu com Zélia até o nascimento do bebê. Preocupada, nervosa, tinha dificuldades para se alimentar, teve anemia, falta de ar, tomava soro dia sim dia não, não tinha forças sequer para empurrar a cadeira de rodas. “Foi um sofrimento feliz, porque o meu corpo estava sofrendo devido à deficiência, mas, ao mesmo tempo, estava muito feliz por saber que estava colaborando com a graça de Deus, gerando uma vida, trazendo uma vida para o mundo”, celebra.

E em 26 de dezembro de 2004, um dia depois do Natal, nasceu Amanda Vanessa, saudável, “perfeitinha”, como diz a mãe. “Já são doze anos, doze Dias das Mães. É uma felicidade muito grande e, a cada ano, a gente agradece a Deus pela vitória.Vejo o sentimento de ser mãe como um ato, sou muito abençoada por Deus. Ele me escolheu para trazer uma vida. A gente vê tanta mulher que hoje não quer ficar grávida… Quer um milagre mais lindo que gerar uma vida?”, reflete.

Hoje, Zélia tem na filha-milagre uma amiga, que auxilia nas tarefas e acompanha os pais na missão evangelizadora que escolheram. Neste domingo, 14 de maio, Amanda vai dizer “Feliz Dia das Mães” mais uma vez. Parabéns, mamãe Zélia!

2 comentários sobre “Especial Mãe Coragem – Zélia Gonçalves

  • sabe Zélia, sempre tive uma admiração muito grande por vc. e Ricardo… Acredito no milagre do amor verdadeiro que uniu a vida dos dois… Claro que ” onde existe amor, Deus aí está.” e onde está Deus, a felicidade é completa….Hoje lendo o seu depoimento, só tenho que agradecer por vc. ser o que é e ao mesmo tempo pedir, que a graça penetre no coração das jovens, de senhoras e tantas pessoas que ainda não descobriram o valor da vida…
    Um grande abraço de parabens para vc. e Ricardo e para sua filha, desejo toda felicidade do mundo com um convite: ” ser santa, porque o nosso Pai é Santo”

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