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Ex-aluna do David Campista é uma das primeiras fuzileiras navais da Marinha do Brasil

Valeska ao lado do comandante de Companhia, Suboficial Marinho no dia da formatura – foto acervo pessoal

A ex-estudante da Escola Estadual David Campista, Valeska Victoria Rangel, de 21 anos, faz parte do grupo de 128 mulheres que entraram para a história, como as primeiras mulheres a integrarem o grupo de elite dos fuzileiros navais da Marinha do Brasil.

Valeska, que está de férias em Poços de Caldas até o próximo dia 6 de janeiro, veio visitar a família e amigos depois de uma longa, exaustiva e desafiadora jornada de 4 meses até a sua formação como soldado fuzileiro naval em dezembro de 2024.

O processo seletivo, iniciado em 2023, contou com 33 mil inscritos para apenas 1.080 vagas, das quais 128 foram destinadas exclusivamente para mulheres. Valeska faz parte da segunda turma e após concluir sua formação, a fuzileira vai pretende seguir carreira nos batalhões do Rio de Janeiro, onde dará continuidade ao trabalho de defesa do Brasil.

“Foram 106 dias letivos, sendo 61 dias em regime de internato e 45 em regime de semi-internato. Foi extremamente difícil, parte mais difícil do curso é a questão psicológica, ficar longe da família, sem notícia do mundo lá fora.  A gente imagina que temos um limite, e no curso o nosso limite é aumentado todos os dias, muitas vezes eu achava que não iria dar conta, mas aí fui superando os desafios a cada dia. Hoje sou uma outra pessoa. O curso me proporcionou isso. A Valeska que entrou no curso é outra completamente quando saiu,” detalha Valeska.

 

Inspirada pela o tataravô, um dos primeiros negros a entrar para a Marinha

Desde os estudos ainda no ensino médio, Valeska tinha um sonho de servir as Forças Armadas, em especial a Marinha. A inspiração veio do avô e dos tios que foram bombeiros militares no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu, mas desde os dois anos mora com a família em Poços de Caldas.  “A Marinha sempre foi o meu desejo e quando vi que abriram as inscrições vi que era minha chance até porque já estava atingindo o limite de idade e não teria a oportunidade de fazer outra prova e então abracei esta oportunidade com todas forças”, relata a fuzileira.

Valeska sempre sonhou em ser da Marinha e buscou inspiração em seus antepassados – foto acervo pessoal

Além do avô e os tios militares a inspiração maior de Valeska vem do tataravô dela, Dorotheu Alfredo da Costa, um dos primeiros negros a ingressar na Marinha do Brasil. Como suboficial ele serviu durante a Segunda Guerra Mundial e em março de 1950 foi homenageado pela Marinha pelos serviços prestados como Primeiro Escrevente e também quando esteve à frente da Junta Administrativa da Associação dos Suboficiais da Armada, que representa um patrimônio moral da classe.

“Meu tataravô foi um marco na história da Marinha e agora também faço parte desta história como uma das primeiras mulheres a integrar à tropa de elite da Marinha. Sou muito grata a minha família pelo apoio, em especial ao meu tio Marcio Lorival Rangel, pois sem ele não teria conseguido nem a metade disso tudo. Ele me apoiou em todas as fases do curso, sou muito grata a ele e também à minha tia Aline,” se emociona a fuzileira.

Durante sua visita a Poços de Caldas, Valeska foi recebida pelo então prefeito de Poços, Sérgio Azevedo no gabinete dele no Centro Administrativo.

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