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Exposição com obras audiovisuais de Maureen Bisilliat marca a reabertura do IMS Poços

O IMS Poços apresenta a exposição Agora ou nunca – Devolução, da fotógrafa Maureen Bisilliat. A mostra inaugura no dia em que o centro cultural reabre ao público, após permanecer fechado de acordo com as determinações governamentais no combate à covid-19.

A exposição com obras da fotógrafa Maureen Bisilliat marca a reabertura do IMS em Poços – foto divulgação IMS

Para visitar a exposição, é obrigatório o uso de máscaras, entre outras medidas adotadas para garantir a segurança de todos – público e funcionários – no centro cultural.

Com 89 anos, Bisilliat é autora de uma obra ampla, que retrata os personagens do Brasil profundo. A partir da década de 1980, parou de fotografar profissionalmente e passou a se dedicar integralmente ao registro em vídeo, suporte que já a acompanhava desde a década de 1960. Nos últimos oito anos, tem pesquisado e organizado seu acervo audiovisual, num processo de revisão de sua vida e obra.

Esse mergulho em seus arquivos resultou na exposiçãoque, após inaugurar na sede de São Paulo, chega ao IMS Poços. Concebida por Bisilliat e Rachel Rezende, do departamento de Fotografia do IMS, a seleção reúne nove vídeos, produzidos por Bisilliat entre os anos 1960 e 2018, em diversos formatos, como película 16 e 35 mm, VHS e mini DV.

A mostra ocupa dois andares do centro cultural. Unindo público e privado, memória e história, o material exibido oferece um panorama da trajetória da artista, como afirma Rachel Rezende: “Desde que teve pela primeira vez uma câmera de vídeo em mãos, ela filma: percursos, conversas, o cotidiano silencioso; tudo o que pode, e o que tem exercitado cada vez mais com as câmeras de telefone celular”.

Entre os vídeos selecionados, estão registros de reencontros da artista com personagens que fotografou no passado, em regiões como o morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, e o Recôncavo Baiano.

A exposição traz ainda filmagens relacionadas à atuação de Bisilliat no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. A fotógrafa visitou o local pela primeira vez, na década de 1970, a convite de Orlando Villas Bôas. A partir de então, voltou várias vezes e produziu ensaios retratando a vida dos povos xinguanos.

A mostra apresenta também trechos de entrevistas que Bisilliat realizou ao longo de sua vida, com personalidades como Darcy Ribeiro, Roberto Burle Marx e Pietro Maria Bardi. A artista comenta o material: “Em minha obra, tento captar as essências das coisas, e, por isso, a palavra é tão importante para mim. É sentir o que as pessoas nos dão. Não são apenas entrevistas, mas momentos que espero ter ido além. No fundo, se trata de falar dos encontros e desencontros da vida.”

Criando um mosaico de memórias, a seleção ressalta a importância da troca na obra da artista, como afirma Rezende: “Para Maureen, cuja fotografia sempre priorizou a expressão do encontro frente à técnica, não existe precariedade; instabilidade é linguagem. Registro é obra, a matéria do trabalho. Negando-se cineasta, declarando ter sido uma fotógrafa acidental, aos 89 anos, ela se afirma uma artista contemporânea.”

Com uma carreira de mais de cinco décadas, Bisilliat registrou as tradições e os personagens do país que adotou como seu. Agora revê sua trajetória, num balanço íntimo e intenso de sua forma de olhar e captar o mundo: “De temerosa responsabilidade o debruçar sobre as tradições de um país. Pelos erros e acertos, pelo que não vi, e pelo que vi e não captei, peço compreensão”, afirma.

Mais sobre a fotógrafa

Nascida na Inglaterra, MaureenBisilliat mudou-se para o Brasil na década de 1950. Iniciou sua carreira como fotógrafa em 1962, atuando durante 10 anos nas revistas Realidade e Quatro Rodas. Ao longo de sua trajetória, produziu obras em diálogo com a literatura e a produção de escritores como Euclides da Cunha e João Guimarães Rosa. Em 1979, em coautoria com os irmãos Villas Bôas, lançou o livro Xingu: território tribal. Em 1988, foi convidada por Darcy Ribeiro para criar um acervo de arte popular latino-americana, do qual nasceu o Pavilhão da Criatividade da Fundação Memorial da América Latina. Em 2003, o Instituto Moreira Salles adquiriu seu acervo fotográfico e, em 2015, seu acervo audiovisual. Em 2020, o IMS lançou, em DVD, o filme Equivalências: aprender vivendo, dirigido pela fotógrafa.

Sobre a reabertura do centro cultural

Seguindo as recomendações das autoridades municipais e estaduais e dos órgãos de saúde, o IMS Poços retoma suas atividades, com visitas restritas e monitoradas. Serão estabelecidos protocolos como o uso obrigatório de máscaras e distanciamento entre as pessoas. As medidas têm o objetivo de manter a segurança de todas as pessoas — visitantes e funcionários — em um ambiente saudável e de cuidado coletivo. Veja todos os protocolos e recomendações no site do IMS.

Serviço

Exposição Agora ou nunca – Devolução: paisagens audiovisuais de MaureenBisilliat
Visitação:22 de setembro a 24 de janeiro de 2021
Entrada gratuita

IMS Poços
Rua Teresópolis, 90, Jd. dos Estados
Poços de Caldas – MG
(35) 3722-2776

Horário de funcionamento: Terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 14h às 19h.
O acesso será apenas pela rua Teresópolis, 90

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