Colaboraboradores convidados

FATOR URNAS

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            As ruas gritaram nas urnas o previsto: milhões de brasileiros que haviam votado em Dilma mudaram de lado. As eleições municipais, alicerces políticos da Federação, tiveram caráter plebiscitário.

            Se o PT tivesse tido estofo ideológico para fazer uma reforma política – em vez de se exaurir para incrustar propinodutos na máquina estatal – teria implantado sugestão revolucionária de um dos seus maiores líderes, o gaúcho Tarso Genro.

            Genro – ex-ministro lulopetista, ex-prefeito de Porto Alegre – é dos poucos presidenciáveis do lulismo ainda fora da cadeia e sem denúncias na Lava Jato. Homem de ideias – o que é raríssimo e antipatizado entre os messiânicos seguidores de Lula – se houver um “racha” no PT, possivelmente ele estará à frente.

            No final dos 2000, a Fundação Perseu Abramo realizou famoso seminário para discutir o que se iria fazer depois da conquista do Palácio do Planalto. Como se sabe, os fieis dessa semi seita continuam gritando “golpe” porque o poder lhes é destinado por destino histórico inexorável. Se algo lhes barra o caminho, como foi o impeachment, trata-se de um “jogo sujo” que não reconhece sua superioridade política, ideológica e ética.

            Genro sugeriu, entre os “princípios básicos que informariam a nova engenharia institucional nos diversos níveis da Federação”, cinco itens. O de número 4 diz: “um Poder Executivo formado por eleição direta, com previsão constitucional de consultas periódicas à população (um ano por exemplo), para a confirmação ou não do tempo previsto para os mandatos”. Em outras palavras, criar o discutido instituto do “recall” para os mandatos, uma espécie de impeachment sazonal.

Claro que na granja do Torto lulista essas ideias de Genro eram malditas, tal como fazer caipirinha com água mineral. Nesse interim, a caravana de Temer segue, com bom sucesso e greves em alta.

            José Roberto da Silva

      Brasilia – 31/10/2000.DZ6

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