Hoje, 149 anos de Poços
Embora que as fontes termais já fossem conhecidas muito antes de 1872 o império pouca importância havia dado para tal fato. Umas poucas e influentes pessoas começavam a cobrar do governo por mais cuidado com tais preciosidades.
No antigo anuário Laemert e talvez no antigo jornal El País há menção a uma carta de um médico que se curou com as águas e publica que enquanto em vários outros países e, até em Portugal as fontes medicinais eram tratadas como verdadeiros tesouros no Brasil aqueles “olhos d’ águas não menos preciosas, eram deixadas em pleno sertão para os animais selvagens ou silvestres.”
As ações governamentais foram quase nulas: Cercar o local, construir precárias pontes de acesso que sempre eram levadas pelas enxurradas, nada mais. Há também um breve registro nos documentos do naturalista francês August Sant Hílare, se bem que ele mesmo não as conhecera.
Apenas escrevera o que comentara seu auxiliar, um índio que seguindo sua caça chegou até as fontes de águas quentes. Foram os próprios usuários que fizeram caixotes de madeira e os usavam como banheiras, outros se chafurdavam na lama formada pelas águas sulfurosas. Porém o poder das águas gritou mais forte e não teve mesmo como deixá-las despercebidas.
Começaram a chegar pessoas vindas dos mais diversos pontos do Brasil em busca de cura para seus males, muitos a encontraram. A região que desde 1819 estavam de posse do coronel José Bernardo da Costa Junqueira foi sendo invadida e as pessoas construindo ranchos ao redor das fontes.
Não houve cerca nem porteiras que as impedisse de entrar. Foi então que o Senador Joaquim Floriano Godói, depois de conhecer as pesquisas de Dr. Pedro Sanches, resolveu agir e deu os passos para a fundação da cidade.
Em 6 de novembro de 1872 fora assinada, pelo filho do sesmeiro, coronel Agostinho, sua esposa e demais testemunhas, a doação de quarenta e seis alqueires para o início da cidade. Com grande contribuição de muitos homens, mulheres e ideias, com avanços, estagnações e retrocessos, vemos que cento e quarenta e nove anos depois o desenvolvimento venceu.
Chegamos hoje, faltando apenas um ano para os 150 anos de Poços de Caldas, com uma cidade esplendorosa que encanta a todos.
Temos problemas? Sim. São visíveis. Porém, temos muito mais a exaltar e se população, governantes e legisladores irmanados em uma só direção caminharem, ainda poderemos comemorar com orgulho os 150 anos da cidade em 2022.
Pergunte sim o que a cidade pode fazer por você, mas pergunte primeiro e mais alto: O que você pode fazer pela cidade? Só a força da população é capaz evitar erros e de fazer de Poços de Caldas a cidade dos sonhos.