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O Planalto de Poços: Rumo aos 150 anos de Poços de Caldas

 A história do Planalto de Poços de Caldas remonta milhões de anos quando movimentações de placas tectônicas produziram um fenômeno geológico chamado de intrusão Alcalina.

Foto acervo Restagando Poços/Rafael Henrique

Tal fenômeno formou a região montanhosa em círculo tendo ao centro o vale onde se edificaria a cidade e o acúmulo no subsolo de minérios, minerais e rochas que gera a nossa riqueza mineral, além da formação circular que se pensava ser a cratera vulcânica mencionada em estudos e livros mais antigos.

Foi tal depressão exercida no solo que fez e faz com que as águas subterrâneas subam e cheguem à superfície com temperaturas elevadas trazendo nutrientes minerais importantes para a medicina. Porém toda essa questão geológica com concentração de riquezas minerais durante muito tempo foi tratada com pouca importância, pois o que se procurava na mineração eram ouro, diamante e outras pedras preciosas.

Assim o vale vai continuar adormecido com sua fauna, flora e fontes, e com seus minérios importantes, por séculos e séculos, só vindo a ser notado muito mais tarde pelo ano de 1.800, por causa de sua vegetação rasteira e constante, como região promissora para o agronegócio.

Alguns episódios não muito conhecidos tiveram bastante importância para forçar a criação do povoado, vários relatos sobre a existência das fontes medicinais feitos em documentos de pessoas que por aqui passaram, um dos quais escrito pelo naturalista francês Augusto Sant Hilare pouco tempo depois do ano de 1.800, que fez com que o patriarca da família Junqueira, Joaquim Bernardes da Costa Junqueira requeresse do império a licença para ocupação da área devoluta e, principalmente, as cartas e relatórios do médico e botânico sueco Anders Regnel.

A partir de 1.841, descrevendo toda a riqueza aqui encontrada que fez com que ele afirmasse em suas cartas: “Acreditem, esse paraíso existe sim.”  Começa então a ocupação da região com formação de fazendas do outro lado da serra de São Domingos e o uso do local onde se encontra a cidade para pastagem de gado.

 Bem antes da data oficial de 1.872, um alferes paulista de nome Inácio Preto de Morais, (ou Loyola segundo alguns documentos) tendo encontrado jazidas de bauxita e pensando estar nas margens do Rio Pardo, dera inicio a um arraial, pensando estar em região paulista.

Pouco tempo depois surgiu o questionamento, e o alferes teve de deixar o local e só dezenas de anos depois foi que se deu o início oficial do povoado mineiro, porém a dúvida se o local era Minas ou São Paulo só fora elucidada muito depois da proclamação da república e fundação da cidade, quando o ex-prefeito Francisco de Paula Assis Figueiredo promoveu a demarcação correta entre os dois estados, criando oficialmente o marco divisório entre Águas da Prata e Poços de Caldas.

 A descoberta das fontes de águas com poderes de cura para várias doenças já vinham sendo propaladas há muitas décadas, mas o governo imperial não havia dado ainda a devida atenção que o assunto merecia.

Algumas publicações bem antigas traziam relatos de pessoas importantes que já havia  utilizado das águas com poderes medicinais e encontrado a cura para seus males.

Uma antiga carta escrita por um médico que por aqui passou, publicada em um almanaque carioca dizia que se fossem em qualquer lugar da Europa tais águas seriam tratadas com a importância merecida enquanto que no Brasil toda essa riqueza era simplesmente jogada para os ribeirões sem que as autoridades se atentassem de sua importância.

Somam-se também a importância dos estudos e os artigos do jovem médico Dr. Pedro Sanches de Lemos sobre a importância das águas de Poços de Caldas.

 Foram todos esses fatores elencados que despertaram a atenção do Senador Godoi  para a  importância do local.

Foi o senador do império Floriano Godoi, quem procurou nos arquivos do império toda a documentação necessária e tomou todas as medidas legais para se criar o povoado e, para garantir que as fontes hidrotermais  fossem bens públicos.

Assim, promoveu a desapropriação da área inicial do povoado. Aprovada a desapropriação o decreto não encontrou resistência na família posseira e em seis de novembro de 1.872  foi assinado um documento transformando a ordem de desapropriação em doação espontânea, feita pelo coronel Agostinho Junqueira.

Em seis de novembro de 1.872 foi oficialmente assinado o documento de doação dos primeiros quarenta e sete alqueires para formação do povoado  de Nossa Senhora da Saúde das Águas de Poços de Caldas, dentro da  antiga sesmaria.

Começa de fato a atual história que neste dia seis completa 148 anos e, portanto daqui a dois anos vai comemorar o sesquicentenário (150º) de Poços de Caldas.

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