Ocupação no David Campista continua por tempo indeterminado
A ocupação da Escola Estadual David Campista vai permanecer por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pelos estudantes após uma reunião com representantes da Superintendência Regional de Ensino de Poços de Caldas e professores.
A escola foi ocupada na manhã desta terça-feira, 18, por aproximadamente 80 estudantes como forma de protesto contra a reforma do ensino médio apresentada pelo governo Temer no mês de setembro, por meio da Medida Provisória (MP) 746. Entre as propostas para o ensino médio estão o aumento da carga horária de 800 horas aula por ano para 1.400, flexibilizando o currículo de forma que os alunos passem a escolher entre as áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. As disciplinas de artes, educação física, filosofia e sociologia deixam de ser obrigatórias e os professores não precisariam mais ter diploma de licenciatura.
Os estudantes também protestam contra a e também contra a PEC 241, principalmente a questão que trata da redução de investimentos na área de educação e a não realização de concurso público nos próximos 20 anos.
De acordo com a presidente do Grêmio Estudantil da Escola David Campista, Laura Mendes, durante a assembleia, os estudantes se comprometeram em preservar o patrimônio da escola e apenas se manifestarem contra as mudanças.
Ainda segundo a presidente do Grêmio, também ficou acordado o livre acesso dos estudantes, mas não haverá aula na instituição até que dure a ocupação. Além dos alunos, apenas os pais e professores estão autorizados a entrar na escola. Nem mesmo a imprensa pode cruzar os portões que estão trancados com correntes e cadeados.
A David Campista é a segunda maior escola estadual da cidade e conta com 1.300 alunos em 3 turnos. Por estar próximo do Enem, a organização do manifesto concordou em realizar palestras e simulados para quem vai prestar o exame.
Os estudantes estão preparados para passar a noite na escola. Alguns pais providenciaram o almoço desta terça-feira, e outros estão ajudando com itens de higiene. Como é o caso da comerciante Daniela Pimenta Soares que esteve na escola para ver como estava a situação dos alunos.
Mãe de uma das integrantes do Grêmio, ela conta que já sabia da ocupação e que os estudantes planejavam o manifesto há pouco mais de um mês. A única preocupação dos pais é com ação de vândalos que podem se aproveitar do movimento e causar algazarra na escola e a Polícia Militar precisar fazer alguma intervenção.
A mesma preocupação era de representantes da Superintendência Regional de Ensino que estão se revezando ao longo do dia para garantir a integridade e bem-estar dos estudantes.