Poços Rumo aos 150 anos
O atual aniversário de Poços de Caldas tem importância acima da data oficial. Começa uma contagem regressiva para se comemorar os cento e cinquenta anos da cidade que ocorrerá em 2022.
O desenvolvimento da cidade não se fez apenas com sonhos e poesia, muitos esforços de pessoas anônimas ou não foram necessários para chegarmos até aqui com a cidade esplendida de hoje, mas que carece de muita atenção e empenho para com o seu futuro.
Quando se compara Poços com outras cidades até mais antigas há de se notar o quanto foi importante o cuidado de visionários como Pedro Sanches de Lemos, senador Godoi, coronel Agostinho Junqueira, Antônio Teixeira Diniz, Mario Mourão, Francisco Faria Lobato, Correia Neto, David Ottoni, Juscelino Barbosa, Francisco Escobar, Carlos Pinheiro Chagas, Assis Figueiredo dentre outros grandes do passado.
Foram grandes legisladores, grandes médicos e grandes executores que planejaram, executaram e apontaram os caminhos para o desenvolvimento da cidade, e ele aí está propiciando respeito e admiração por todos aqueles que a conhecem.
Basta dizer que para desenhar a capital mineira, o engenheiro Aarão Reis veio buscar o projeto de Poços de Caldas para que parte dele ajudasse a criar a capital Belo Horizonte. Somos admirados pelas ruas largas, pelo pioneirismo do serviço ferroviário em 1886, e pela geração de energia elétrica em 1898 além do serviço de água encanada em 1904, pela criação do parque da serra de São Domingos em 1906, etc.
A cidade que nasce sob o signo de “terra da saúde e da beleza” não pode se esquecer dos avanços do passado e do compromisso que tem com sua referencia como a maior cidade do sul de Minas e com a qualidade de vida que deve oferecer a sua gente nativa ou visitante. Poços tem uma história a ser cuidada e respeitada.
Como toda cidade que cresce crescem também os problemas a serem resolvidos. Todo o nosso pioneirismo do passado exige que tenhamos visão suprapartidária e puramente técnica para dar soluções científicas de segurança, habitação, sociais, turísticas, industriais, mobilidade urbana, ecológica, educacionais, embasadas em tecnologia moderna que garanta qualidade de vida e respeito em todas as esferas, da criança ao idoso.
Que gere possibilidade profissional, de integração com as demais cidades da região para o encontro de soluções de problemas específicos. Poços precisa urgentemente voltar a ocupar seu lugar de referencia para soluções de problemas mal resolvidos com trafego urbano, transporte coletivo, coleta e armazenamento de lixo não como paliativo mas sim com os avanços aplicados em outros países, mobilidade urbana dentre outros aspectos.
Poços, rica com é de grupos culturais, precisa avançar da cultura de promover eventos. Precisa dar condições de formação e aperfeiçoamento de nossos artistas e criar espaços além da Urca que é pequena, para espetáculos maiores.
Há muito se clama para uma sede própria para o conservatório Musical que termine com a grande fila de espera. É preciso dar condições para a volta da orquestra sinfônica, principalmente garantindo o espaço físico próprio para que ela não tenha que contar com favores de cidades vizinhas para seus ensaios. Que o discurso da integração através da ferrovia saia do papel, que o parque ecológico da serra passe a existir de fato, com toda a infraestrutura proteção e estudo que ele merece.
Chegamos ao fim de mais um período administrativo municipal, sem que o propalado plano diretor tenha sido posto em prática, principalmente no seu aspecto de mobilidade para idosos e deficientes físicos, o que não se resume a poucas e mal projetadas rampas, ampliação das ciclo vias, construção do presídio com as modernas propostas de reeducação, etc. Enfim, há uma gama de correções a serem elencadas e programadas para busca de solução.
Caberá ao prefeito e aos vereadores a serem eleitos dentro de alguns dias, o compromisso de olhar para o futuro de Poços de Caldas com a visão e responsabilidade de colocar a cidades no seu local de destaque em todos os aspectos, ou não teremos o que comemorar nos cento e cinquenta anos da cidade. Sonho que as comemorações de dois mil e vinte dois sejam planejadas a partir de 2021, e que não sejam apenas olhando para o retrovisor, ainda há tempo de planejá-la.