Polícia Federal prende 14 pessoas durante operação em Poços e região
A Polícia Federal, Receita Federal e o Ministério Público Federal realizaram na manhã desta quarta-feira, 27, a Operação Barrica que tem como alvo uma quadrilha especializada no contrabando de cigarros do Paraguai. O esquema rendeu ao grupo nos últimos cinco anos um patrimônio estimado em R$ 132 milhões.
Ao todo foram cumpridos 42 mandados de prisão entre temporária e preventiva e ainda de busca e apreensão em Andradas, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Ouro Fino, em Minas Gerais; e Espírito Santo do Pinhal e Mogi Guaçu, cidades vizinhas de Andradas no interior de São Paulo. A operação contou com a participação de 160 servidores públicos federais, entre agentes e fiscais da Receita. Ao todo, 14 pessoas foram presas que foram levadas para a sede da Polícia Federal em Varginha e 2 dos investigados estão foragidos.
As investigações, iniciadas a partir de levantamentos de inteligência, apontam que o grupo atua há muitos anos realizando o contrabando e distribuição de cigarros paraguaios no interior Minas Gerais e São Paulo.
As investigações apuraram que o grupo criou uma ampla rede de distribuição. O transporte da mercadoria é feito em pequenas quantidades para não despertar a atenção das autoridades, dando a impressão de que se trata de pequeno comerciante, e minimizar eventuais prejuízos em caso de apreensão da carga.
Durante seis meses de apuração foi possível fazer o mapeamento da área de atuação da quadrilha, por meio de interceptações telefônica também foi possível localizar os esconderijos, local onde foram presos 4 integrantes da quadrilha. Um deles, mesmo na cadeia, com um celular dava ordem aos comparsas para continuar com o negócio.
Patrimônio
Uma estimativa da equipe de investigação aponta que, semanalmente, o grupo comercializava cerca de 500 caixas de cigarros paraguaios (com 50 pacotes cada, ou 500 carteiras de cigarros), o que permitiu que nos últimos cinco anos a atividade tenha rendido pelo menos R$132 milhões ao grupo. Se os investigados estivessem comercializando cigarros permitidos no Brasil, a atividade renderia aos cofres públicos federais pelo menos R$240 milhões em impostos. Com o produto do crime, os investigados construíram um vasto patrimônio, que inclui carros de luxo, lanchas e imóveis, bens estes que são objeto de medida de sequestro, autorizada judicialmente. Os envolvidos são investigados pelos crimes de associação criminosa (art. 288, parágrafo único do Código Penal) e contrabando (art. 334-A, caput e §1º do Código Penal), estando sujeitos às penas máximas de 4 anos e 6 meses e 5 anos. Barrica –
A operação foi batizada de “Barrica”, em referência ao vasilhame comumente utilizado na estocagem de vinhos. Andradas, cidade onde o grupo investigado é baseado, é conhecida como “cidade do vinho”, por abrigar diversos estabelecimentos dedicados ao cultivo das vinhas e fabricação de vinhos e suco de uva.