ROCK N’ ROLL (2)
Por Ernani Pasculli Filho
O início
O começo do gênero musical rock n’ roll, ficou marcado em abril de 1954, quando o conjunto Bill Haley e seus Cometas apresentou uma música mesclada do black rhythm and blues com o country and western, embalada por uma dança contagiante e agitada, que logo pegou o nome de twist. Entre os vários cantores da época, Elvis Presley foi o ícone desse estilo. Os grupos de rock na década de 50 formavam-se de uma bateria, um contrabaixo acústico, um saxofone tenor e duas guitarras, uma fazendo o solo (melodia) e a outra a base (harmonia). Em poucos anos veio a formação clássica do rock, quando o contrabaixo elétrico substituiu o acústico e os grupos incorporaram-se com o trio de sopro: trombone, sax e trompete. Alguns anos depois o rock ficou mais incrementado com o som do órgão, teclados e a gaita.
No livro, Movimentos Culturais de Juventude, Brandão e Fernandes fazem a explanação sobre o movimento artístico para massa e a resolução como produto comercial. Segundo eles, na década de 50, nas telas de cinema, o ator James Dean lançou a moda de roupa jeans, determinando o estilo de vestimenta dos roqueiros. Até então o jeans era usado como roupa de trabalhadores da zona rural nos Estados Unidos.
Em meados da década 60 o grupo inglês, The Beatles, revolucionou a música ao vivo para a multidão, apresentando-se no estádio em Los Angeles, embora a estrutura de som e tecnologia ainda não fosse apta para o evento em massa, e o estádio estava totalmente tomado pelos gritos de beatlemaníacos.
Naquela época, a sociedade norte-americana passava por forte revolução cultural, além da influência de Woodstock e o pensamento hippie. No Brasil eram realizados os festivais de músicas transmitidos pelas emissoras de TV Record e Tupi. Os variados gêneros musicais incitavam a luta pela liberdade contra o regime militar vigente da época, e juras de amor eterno.
Um pouco da velha-guarda de Poços
Nas décadas de 50 e 60, enquanto as ondas do rock chegavam a Poços de Caldas, essa geração dançava embalada pelo samba, pelos boleros e valsas. Nos salões: Castelões, Panela de Pressão, no espaço da atual Cristaleria São Marcos, em que havia duas entradas separadas, uma para o hotel Bandeirantes e, ao lado, outra para o bar Caiçara, do Sr. Wilson Semim. No fim da década de 60 o Caiçara mudou de dono, com a jovem Yara Miranda, que formou o salão Bachianinha, nome em homenagem ao grande Heitor Villa-Lobos, compositor da obra musical “As Bachianas”. Todos esses salões eram na Praça Pedro Sanches. Outro local dançante era na Boate do Palace Casino. É bom lembrar do som ao vivo das orquestras para bailes, uma delas, a marcante do Sr. Eugênio Rosa, o Kerô, e o conjunto do João dos Santos.
Também se reuniam no Círculo Operário, com sede no escadão da Rua Vivaldi Leite Ribeiro, no bairro Cascatinha, por volta dos anos de 1952-56, com a presidência do Sr. Sebastião Trindade. Mais tarde, a sede foi transferida para o local do time de futebol amador da equipe Vila Nova, na esquina lateral da igreja Nossa Senhora Aparecida.
Outro local de encontro era no Jupam – Jovens Unidos Por um Amanhã Melhor –, na atual igreja de São Sebastião, entre as décadas de 60 e 70.
Joel relembra: “Naquela época, entre as décadas de 50-60, eu trabalhei nos dois bares: no Café das Américas, na Rua Assis, entre a Rua São Paulo e a Av. Francisco Salles, e no Bar do Vitinho, esquina da Francisco Salles com a Rua Assis. Naqueles bares, eu vi alguns cantores famosos que vinham se apresentar em Poços, e vários deles passavam por lá depois. Eu ouvia dizer que eles vinham a Poços para se apresentar e cantar na Rádio Cultura, pois ela possuía ondas curtas que transmitiam a programação numa abrangência nacional e internacional. Eles cantavam aqui como forma de reconhecimento e fama, como os artistas hoje em dia se apresentam nos programas de televisão”, completa.