Secretaria de Saúde vai apurar atendimento à paciente com quadro de AVC na UPA
A Secretaria Municipal de Saúde de Poços de Caldas vai apurar o atendimento a paciente J.C.C.S, de 56 anos que procurou a UPA com sintomas de AVC e foi diagnosticada como crise de ansiedade e medicada com Diazepam e liberada em seguida pelo médico.
O caso veio a tona depois que a filha da paciente, que é enfermeira e mora fora fez uma postagem no Reclame Aqui, pois queria agradecer ao motorista de aplicativo que socorreu a paciente no momento em que ela passou mal durante a corrida.
Em contato com a filha da paciente, ela contou que no dia 26 de fevereiro, a mãe ia para casa no carro de aplicativo quando começou a sentir um formigamento do lado esquerdo do corpo e diminuição da visão, também do lado esquerdo do corpo, além de dor de cabeça e náuseas.
O motorista imediatamente a levou para a Unidade de Pronto Atendimento. E segundo a filha, chegando na unidade, a mãe precisou ser levada para a triagem de cadeira de rodas pois não conseguia ficar em pé.
A enfermeira contou, que a mãe explicou ao médico que ela tem diabetes, e pressão alta e disse também que o pai dela tinha morrido após sofrer um AVC aos 92 anos, em novembro do ano passado.
Porém, o médico a diagnosticou como uma crise de ansiedade e receitou um Diazepam e liberou a paciente para ir para casa.
O filho da paciente a buscou na UPA e entrou em contato com a irmã por telefone, que após ficar ciente dos sintomas sentidos pela mãe ela desconfiou do diagnóstico e pediu ao irmão que marcasse uma ressonância magnética, pois acreditava que pelos sintomas a mãe havia sofrido um Ataque Isquêmico Transitório (AIT), que é uma alteração da função cerebral que, normalmente, dura menos de uma hora e é causada por um bloqueio temporário do fornecimento de sangue ao cérebro.
Assim que o resultado do exame ficou pronto a mãe foi atendida por um médico neurologista, que constatou que na verdade a mãe havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral. “Segundo o médico o AVC ocorreu no tronco cerebral, uma área nobre do cérebro e que era um milagre minha mãe ter sobrevivido ou não ter apresentado sequelas. Se nós tivéssemos aceitado o diagnóstico de ansiedade, não teria investigação, não teria o tratamento e minha mãe poderia ter sofrido outro AVC, como aconteceu com meu avô,” explicou a enfermeira.
Em nota a Secretaria Municipal de Saúde informou que vai apurar o atendimento.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde será realizada uma oitiva com o médico que conduziu o caso, para que ele defenda a sua hipótese diagnóstica. Pois, foi ele quem avaliou a paciente, conversou com ela e avaliou a condição psíquica, emocional e neurológica.
Segundo a nota, se o médico fez o exame físico, descreveu o que foi observado, e não ficou evidenciado nenhum déficit motor, nenhum sinal de focalidade e/ou déficit neurológico.
“É possível que durante a consulta a paciente ainda não tivesse apresentado nenhum evento isquêmico encefálico. Que pode ter vindo a ocorrer depois. Como a intenção é averiguar como a caso se desenvolveu. O mais honesto é dar a possibilidade ao médico que atendeu, defender sua conclusão diagnóstico”.
Seu médico deveria ter posto ela em observação, como podemos confiar num médico desse?