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Trabalhadores em situação parecida com trabalho escravo são resgatados na zona rural de Campestre

Auditores-Fiscais da Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas resgataram 6 trabalhadores em colheita de café na zona rural de Campestre. Os trabalhadores são migrantes das cidades de Berilo e Virgem da Lapa, região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais e atuavam há um mês na colheita do café.

Com esta ação, agora já são 25 trabalhadores rurais resgatados na região – foto MTE/PRF

Essa ação fiscal foi coordenada pelos Auditores-Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e contou com a participação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Os trabalhadores se deslocaram para a zona rural de Campestre em carro próprio e van, arcando com todos os custos da viagem e atendendo solicitação do empregador para atuar na colheita do café.

De acordo com os Auditores-Fiscais do Trabalho, o empregador não havia realizado o pagamento do salário de junho e os trabalhadores estavam com dívidas em mercados da região.  

Os trabalhadores foram alojados em uma casa com instalações elétricas precárias e presença de recipientes de GLP ao lado de um dos dormitórios.

Nas frentes de trabalho, não havia nenhum tipo de estrutura para o trabalho, tais como instalações sanitárias ou abrigos rústicos para refeição e proteção contra intempéries.

Ainda de acordo os Auditores-Fiscais, não foram fornecidos os equipamentos de proteção individual, garrafões de água e tampouco os insumos necessários para a colheita como gasolina e óleo usados nas derriçadeiras. Os próprios trabalhadores compraram esses itens.

Autuação e indenizações

O empregador foi notificado pela Auditoria-Fiscal do Trabalho para regularizar os vínculos trabalhistas dos 6 resgatados, com admissão e imediata interrupção do contrato de trabalho. Os trabalhadores receberam R$ 46.808,04 em verbas rescisórias e retornaram para suas residências.

Os Auditores-Fiscais do Trabalho emitiram as guias de Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado para todos os 6 trabalhadores, pelas quais eles terão direito a três parcelas de um salário mínimo (R$ 1.320,00) cada.

Com este resgate, a Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas já contabiliza 03 (três) casos diferentes de trabalho análogo ao de escravidão na safra de café de 2023.

O alojamento apresentava condições precárias – foto MTE/PRF

Já são 25 trabalhadores resgatados e outras ações em andamento. Em todos os casos são trabalhadores migrantes e alojados em condições degradantes e que arcam com parte dos custos que deveriam ser legalmente suportados pelo empregador, tais como a compra de ferramentas de trabalho e EPI.

A Inspeção do Trabalho destaca que está atenta aos casos mais graves de exploração do trabalho durante a colheita de café e que continuará atuando para que as irregularidades sejam rapidamente identificadas e para a responsabilização dos empregadores. Mais uma vez, destaca-se o alerta aos produtores da região para que regularizem os registros, forneçam as ferramentas de trabalho e os EPI aos trabalhadores, cuidem do fornecimento de água potável e mantenham as frentes de trabalho e os alojamentos em condições de conforto e higiene de acordo com a Norma Regulamentadora 31 – NR 31.

Denúncias

Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, no seguinte endereço: https://ipe.sit.trabalho.gov.br/.

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