Traficantes receberam cerca de R$ 2 milhões via PIX na venda de drogas
O volume de pagamentos realizados por usuários aos traficantes presos durante a operação El Patron deflagrada pela Polícia Civil de Poços de Caldas-MG, nesta quarta-feira, 13. Ao todo 27 pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico e lavagem de dinheiro foram presas.
De acordo com o delegado regional, Cleyson Brene, a operação é o desdobramento de uma investigação criminal que teve início em março de 2023, pela Delegacia Regional em Poços de Caldas, por meio da Agência de Inteligência Policial, sobre um esquema de tráfico de drogas na cidade, operado de forma sofisticada por meio de redes sociais, especialmente aplicativo de troca de mensagens. “Nesses grupos, eram divulgados cardápios de entorpecentes com preços e detalhes sobre as entregas, que eram realizadas por motoboys em embalagens personalizadas. O pagamento era feito via Pix”, revelou o delegado.
A investigação teve início com prisões em flagrante relacionadas com o tráfico, o que possibilitou a análise minuciosa de aparelhos celulares apreendidos e a quebra de sigilo telemático, autorizada pela Justiça.
Com base em dados de fontes abertas, sistemas policiais e informações sigilosas, a PCMG identificou indícios de lavagem de dinheiro. Transações financeiras de mais de R$ 500 mil mensais em uma das contas investigadas foram detectadas, além de movimentações que ultrapassaram a cifra de R$ 2 milhões, no período de seis meses.
“Conforme apuramos, esses valores eram utilizados em transferências para contas de laranjas e empresas fictícias em diversos estados, como Rio de Janeiro e Amazonas”, informa Brene.
Prisões e apreensões
Como resultado do cumprimento de mandados judiciais, 27 pessoas foram presas, sendo 21 delas em flagrante por envolvimento no tráfico de drogas. O principal alvo da operação foi preso pela equipe da Coordenação de Recursos Especiais (Core) da PCMG em Mogi Guaçu (SP).
Além disso, foram apreendidos grande quantidade de entorpecentes, equipamentos eletrônicos, veículos de luxo (como caminhonetes) e mais de R$ 20 mil em dinheiro.
As apreensões ocorreram após o cumprimento de 72 mandados de busca em Poços de Caldas e nas cidades paulistas de Osasco, Mogi Guaçu e São José do Rio Pardo.
El Patrón
A operação recebeu o nome de El Patrón com base no perfil utilizado pelo grupo criminoso nas redes sociais, que modificava frequentemente os dados de contato para dificultar a identificação.
Conforme adiantou o chefe do 18º Departamento de Polícia Civil em Poços de Caldas, delegado-geral Marcos Pimenta, a PCMG continua as investigações para identificar outros envolvidos e desmantelar toda a estrutura do grupo criminoso. “A prisão temporária dos suspeitos será analisada conforme o andamento do caso. O número total de prisões e apreensões será atualizado conforme o progresso da operação”, disse Pimenta.
A ação contou com o empenho de mais de 200 policiais, com apoio do 6º e do 17º Departamento da PCMG, incluindo a colaboração da Core, da Coordenação Aerotática (CAT) e da Coordenação de Operações com Cães (COC), além da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCESP).