Trotes custam quase R$ 2,5 milhões ao bolso do contribuinte
Um levantamento feito pela Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, revela que em 2015 as corporações receberam mais 1,6 milhão de ligações de falso comunicado de ocorrência, mais popularmente conhecidas como trotes. Tais ligações fictícias custaram aos cofres públicos, entenda-se do bolso do contribuinte, mais de R$ 2,4 milhões de reais com o deslocamento de viaturas para ocorrências que não passaram de brincadeira de mau gosto contra os órgãos de segurança.
De forma geral, o levantamento aponta que do total da ligações feitas para a PM e Corpo de Bombeiros, 25% delas eram trotes. De acordo com o Centro Integrado de Comunicações Operacionais (CICOp), da Polícia Militar, os trotes são feitos, em grande maioria, por crianças e jovens com idade entre 7 a 23 anos, e o intervalo de maior frequência é o das 17h às 23h.
O mesmo ocorre com as redes sociais. Na web, embora possa existir a impressão de que tudo é permitido, todos os casos monitorados nas redes sociais são investigados por meio da identificação do endereço de IP (Internet Protocol) dos dispositivos móveis e computadores. Os autores são punidos na categoria de crimes virtuais, entre os quais está o uso indevido da imagem. O trote é considerado crime, de acordo com o código penal. Uma pessoa, ao propagar informações falsas, pode ser responsabilizada por injúria, difamação e calúnia. Nesse caso, a pena pode variar de três meses a um ano de prisão e multa.
As corporações vão intensificar o monitoramento das chamadas que podem ser identificadas para tentar reduzir o número de ligações de falso comunicado. Para atingir boa parte da faixa etária autora dos trotes a Polícia Militar começa, em março, a campanha “Amiguinhos do 190”. O objetivo é orientar, por meio de apresentações teatrais e musicais, alunos de escolas públicas e privadas sobre as consequências do trote. As informações nesta estratégia têm linguagem adaptada às crianças e adolescentes.
No Corpo de Bombeiros de Poços de Caldas, o percentual de trotes é um pouco maior, 30%. “ Muitas vezes recebemos ligações em que a possível ocorrência fica em localidade distante ,a viatura é empenhada e deslocada até o local e nada é constatado. O problema é que durante este deslocamento pode ocorrer uma outra ocorrência verdadeira, um incêndio ou um acidente, e não teremos como atendê-la pois a viatura está empenhada no trote e até que se descobre que aquela chama era um falso comunicado, quem realmente precisa do atendimento acaba sendo lesado” lamenta Tenente Souza, assessor de imprensa da 1ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros.
Outros 25% ds ligações são decorrentes de ligações de pedidos de informação, como por exemplo telefone da UPA, explica o assessor. No caso do Corpo de Bombeiros foi traçado um perfil de quem passa trote na corporação. A maioria são crianças e adolescentes. Boa parte das ligações também ocorre nos dias úteis justamente nos horários de entrada e saída das escolas.” No período das férias escolares, o número de trotes cai consideravelmente. No caso da identificação dos menores os pais serão responsabilizados”, acrescenta o tenente.
Tenente Souza ainda orienta os pais para que conscientize os filhos para que não passem trotes para que as viaturas que hoje são poucos estejam nos locais que devem estar que é salvando vidas e não perdendo tempo com os trotes.” Os pais devem ficar atentos às ações dos filhos, o que fazem quando não estão na escola e principalmente quando falam ao celular. Além do desgaste e perda de tempo com o deslocamento das viaturas, representa um custo com combustível e manutenção dos veículos e certamente esta despesa vai sair do bolso do contribuinte, ou seja nós mesmos”, finalizou o tenente.