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Um metrônomo para reger o mundo(I)

*Roberto Tereziano

Morou em Poços de Caldas durante os últimos 20 anos, o ex-comandante da marinha Júlio Cesar de Almeida Dutra. Bom de se conversar, como todo carioca, não levou muito tempo para que ele se enturmasse e criasse rapidamente um grande circulo de amigos que o tratavam sempre como Comandante Dutra.

O metrônomo é um equipamento que produz um pulso estável (ou batida) para ajudar os músicos a tocar ritmos com precisão – foto ilustração

Como ex-militar ele tinha lá suas convicções políticas que nem sempre se harmonizavam com os integrantes do grupo de amigos. Durante a noite sua caixa de mensagens era sempre recheada de assuntos do meio militar que nem sempre era a mesma opinião dos demais.

Esqueça-se isto, se trata de grande pessoa, extremamente humana, divertida e com uma vida cheia de histórias e aventuras mundo a fora. O que mais marcou a vida do ex-comandante em sua carreira na Marinha foi a missão de trazer para o Brasil o navio Minas Gerais, um porta-aviões que pertenceu à Marinha Britânica, Australiana e que foi  comprado pelo Brasil em 1956. Nosso primeiro porta-aviões.

Um dos grandes sonhos do comandante é que ainda se dê utilidade para o grande navio, hoje inoperante para a Marinha e abandonado em um deposito de sucatas navais.

Temos em Portugal um amigo brasileiro, Roberto Moreno, criador e defensor de uma proposta interessante, mas para muitos, utópica: Ele trabalha com um projeto chamado “Geolíngua,” que como o próprio nome diz, seria fazer o mundo falar, se possível, uma língua comum a todos os povos. Todas pessoas seriam pelo menos bilíngue. Seria uma Universidade mundial que começaria nos países lusófonos.

Para Roberto Moreno, se existisse tal língua comum à todos, os povos teriam uma  forma clara de comunicação  entre si, o que para ele, reduziria em muito, conflitos e até guerras. Aqui entra uma curiosidade que liga o assunto ao compositor Villa Lobos, tio do comandante, o músico falava que  o mundo deveria ser regido por um metrônomo, o que traria mais harmonia entre os povos.

Assim que o comandante Dutra conheceu tal projeto pensou em interferir junto à Marinha, para que a primeira universidade Geolíngua fosse criada dentro do navio Minas Gerais, hoje abandonado na Índia.

 A universidade iria para os países com toda a estrutura de ensino gratuito. Ao que parece, a proposta não encontrou viabilidade ou apoio na Marinha Brasileira, mas o sonho não acabou. O projeto da universidade Geolíngua continua caminhando.

 Atualmente, depois de vinte anos em Poços, já com bastante idade e, com a saúde um pouco debilitada o comandante voltou a morar no Rio de Janeiro onde têm familiares, mas ele está ligado à outra interessante curiosidade: Ser  sobrinho e afiliado do compositor Villa Lobos que defendia a harmonia mundial através da música. Penso que para Villa Lobos, não precisava um navio, bastaria um “Trenzinho do Caipira.”Isto será assunto para outro dia.

2 comentários sobre “Um metrônomo para reger o mundo(I)

  • Conheci o Cmt Dutra. Meu pai, Hoje Capitão reformado da Marinha do Brasil fez parte da Guarnição que foi buscar o Porta Aviões Minas Gerais ( Nael) e serviu com o Cmt Dutra. Já morando em Poços de Caldas meu pai reatou a amizade com ele , e havia um grupo de Militares de “pijama”, que se reuniam na praça aí em Poços de Caldas. Excelente companheiro , se não se levasse em consideração alguns pontos de vistas seus. Conversei muitas vezes com ele. E não tinha simpatia nenhuma pela ideias dele, principalmente do modo com que ele se referiu certa ocasião a uma Ilustre Professora, que eu considero como uma das cabeças pensantes de Poços de Caldas.
    Mas ….nenhum de nós somos perfeitos.

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  • Conheci o Comandante Dutra e que me foi apresentado pelo meu amigo Salatiel Coelho. O que o mesmo afirma sobre o projeto da GEOuniversidade é tudo verdade, e, estou disposto a narrar, em detalhes, todo o projeto e que está a ser ignorado, boicotado e roubado, desde 2002. – Este projeto foi apresentado ao LULA em 2002, no hotel Sheraton de Lisboa e ao Gilberto Gil em 2003, no mesmo hotel. Ambos ficaram de me contactar para ver a possibilidade de implantar a nossa Fundação Geolíngua no Brasil e implantar a GEOuniversidade, obedecendo o modelo de Endoeconomia, criado pela nossa Fundação. – Entretanto, nem o Lula e nem o GIL, me contactaram, mas – foi criado em 2008 a UNILA e a UNILAB no Brasil – projeto muito parecido, para não dizer, idêntico, no conceito da GEOuniversidade que foi apresentado a ambos e ao presidente Hugo Chaves, pessoalmente em Lisboa, e que me perguntou se o Lula tinha conhecimento deste meu projeto e, eu disse que sim e detalhadamente!!

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