Inundações: Desafio para os próximos prefeitos (2)
Como se pode notar no primitivo mapa de Poços de Caldas, desenhado em 1865, todo o centro onde se localiza a cidade era sulcado por rios e grandes lamaçais.
A Rua Marques do Paraná, (hoje Rua Assis Figueiredo) era um rio todo sinuoso até nas imediações da atual Rua Prefeito Chagas.
Descia um ribeirão do alto da serra de São Domingos. Outro pela atual Rua Rio Grande do Sul. As imediações do antigo mercado, (hoje Casa Carneiro) era um grande lamaçal cheio de plantas selvagens e muitos espinhos. Não era diferente com as áreas da praça principal e parque José Affonso Junqueira.
Tudo teve que ser drenado com troncos de madeira e aterrado para se formar áreas habitáveis.
O leito do rio que passava pela Rua Assis Figueiredo teve se curso modificado. Projetou-se sua nova direção e as avenidas Francisco Salles.
A situação original nem se parece com a que vemos hoje, com ruas, parques e praças. Só que tais interferências com impermeabilização, construções e corte de vegetação, tem um preço.
A impermeabilização fez com que se acumulasse um volume cada vez maior de água no centro da cidade. As inundações eram constantes com qualquer pequena chuva. As pessoas que moravam nas margens dos rios, especialmente depois do encontro deles, nas imediações da antiga estação da Mogiana e Avenida João Pinheiro conviviam com as frequentes inundações. Havia até uma marchinha de carnaval ironizando a situação: “Choveu Choveu… a Vila Cruz encheu”.
Tal transtorno se estendeu até os anos de 1930 quando se contratou o maior sanitarista do Brasil, Saturnino de Brito e, se construiu a represa
da zona sul. Função principal: Acumular 2 milhões de metros cúbicos d’água durante a chuva para que tal volume não venha para a área central. Depois descartá-lo lentamente em 15 horas.
continua