Cultura

A QUESTÃO DOS ARTESÃOS DE RUA

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Durante a última sessão do legislativo de Poços de Caldas, a pedido dos vereadores, foi lido um manifesto do Conselho Municipal de Cultura, em apoio aos artesãos de rua que moram ou passam pela cidade.

Assim como a profissão de taxista que não era regulamentada no Brasil até recentemente, a presidência da republica regulamentou também a profissão de artesão. A partir de agora, os cerca de dez milhões de artesãos brasileiros têm um bom motivo para comemorar. A presidenta Dilma Rousseff sancionou  o projeto de lei 7.755/2010, que regulamenta a profissão de artesão. O projeto estabelece diretrizes para as políticas públicas de fomento à profissão, institui a carteira profissional para a categoria e autoriza o poder Executivo a dar apoio profissional aos artesãos.

O assunto ainda gera muita polêmica mas agora é lei e tais profissionais podem trabalhar, recolher impostos, ter direitos previdenciários como qualquer outra profissão, uma vez que tenham se regularizado perante a lei federal e municipal. Só assim poderão ficar livres dos fiscais que de vez em quando apreendem suas mercadorias.

Embora muitas vezes confundidos como “ hippes”, os artesãos de hoje nada tem a ver com os rebeldes dos anos 60. A grande maioria dos “Malucos” (é assim que eles se tratam) tem casa, carros próprios, cuidados com a higiene pessoal, etc.  Apenas tem como profissão, fazer artesanato manual. Uma parte de tais artesãos os chamados “Malucos de estrada”, é nômade.

Viaja de uma cidade para outra, procura festas e eventos ou lugares movimentados onde possam vender seus artesanatos. Na maioria das vezes são do sexo masculino mas, há também moças com idades que não ultrapassam os 30 anos.

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Já entre os homens pode -se notar pessoas com idades acima dos 30 anos mas , a grande maioria é bem jovem. Sempre se nota que existem alguns casais,  Alguns dos que não tem residência fixa, as vezes dormem nos próprios carros enquanto estão na cidade.

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Vários são estrangeiros, especialmente chilenos, argentinos  e, peruanos.

Gostam de música, fumam sempre e, alguns até têm traços de usuários nãosó de cigarros “mas outras coisitas mais”. Todos tem comunicação fácil e, são bons comerciantes para vender seus produtos.

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A arte por eles produzida é bastante diversificada. Pode ser um azulejo que é pintado na hora, se tornando um quadrinho com paisagem ou até emblemas de times de futebol, mandalas feitas com linhas, acessórios como pulseiras, colares e brincos com pedras coloridas,couro  ou plumas.


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Há também uma arte mais sofisticada moldada com Durepox, uma cola de duas massas, que endurecem de forma lenta quando misturadas, possibilitando assim ser moldada permitindo que se viaje na imaginação.

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Tais artesãos formam uma tribo bastante unida, se apegam facilmente aos animais, especialmente aos cães.


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Hoje pela manhã um dos “malucos” caminhava pela Rua Assis Figueiredo, seguido do seus minúsculo mascote, que chamava atenção das demais pessoas pela agilidade e tamanho, quase invisível.

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Nos últimos dias tais artesãos tem se concentrado numa das pontes próximo ao terminal de linhas urbanas. Porem o espaço linear é pequeno o que obriga que se formem duas filas na calçada, deixando um espaço reduzido para a passagem dos  pedestres, o que gera alguma reclamação dos transeuntes.

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Um dos artesãos estrangeiros, residente em Poços de Caldas comenta que não será todo dia que se encontrará muitos artistas pois, sempre os que não tem residência fixa na cidade, viajam em poucos dias para outras cidades.

Assim sendo a prefeitura terá que encontrar uma forma para legalizar os residentes mas também criar um tipo de licença para os “nômades” por eles chamados de malucos de estrada.

Ainda restam os artistas de semáforos, para que a prefeitura e câmara encontrem caminhos para regulamentar mas cumpre aos artesãos também se enquadrarem  na lei federal  7.755/2010

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Outros artesãos foram para  frente de agencias bancárias ou, para outras esquinas do centro da cidade, mas vários dos que escolheram a ponte do terminal como ponto de vendas lá permaneceram até depois das 22 horas da noite.

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há comerciantes que não olham com bons olhos para a atividade e, até ironizam dizendo que a cidade corre o risco dese tornar uma “Hippelândia”, porem, se a autoridades não forem morosas, dá tampo de se adequar a atividade sem choque.

Como a lei federal deixou alternativa para que a regulamentação que tal  atividade seja feita pelos municípios se faz premente que as prefeituras destinem  áreas e normas para que tais grupos possam manter suas atividades com dignidade e respeito. Afinal, não só turistas mas também pessoas da cidade, especialmente jovens, curtem a arte e os acessórios produzidos pelos “malucos”

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