Bullying nas escolas é debatido por vereadores de Poços
O combate ao Bullying foi o tema discutido pelos vereadores de Poços de Caldas na semana passada. Na sessão de terça-feira, 27, os legisladores aprovaram um requerimento do vereador Gustavo Bonafé (PSDB) solicitando a realização de uma audiência pública para discutir o assunto que afeta crianças e adolescentes, principalmente no meio escolar.
Segundo Bonafé, o “bullying” é uma forma de violência, espécie de “intimidação sistemática”, de cunho repressivo-punitivo. Muitas vezes, seus efeitos ficam submersos e escondidos na biografia de quem pratica a agressão e, principalmente, de quem a sofre. “Os resultados efetivos destas agressões só ficam claros tempos depois. Por mais que se possa entender que a violência física ou psicológica – a título de intimidação sistemática – não ocorre exclusivamente nos estabelecimentos educacionais, é certo que muitas práticas desta natureza se fazem presentes no ambiente escolar infanto adolescente”, destacou o vereador.
Uma estatística do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA, 2015, apresentada pelo vereador revela que em 2015, de 1 a cada 10 estudantes brasileiros sofreram atitudes relacionadas a bullying nas escolas; 17,5% afirmaram ter sofrido alguma das formas de bullying algumas vezes por mês e 7,8% sentiam-se excluídos por colegas.
Ainda na sexta-feira, 2, o combate ao Bullying e ao Cyberbullying nas escolas, foram tema de um encontro promovido pelo vereador Lucas Arruda (REDE) entre os profissionais da rede municipal de ensino.
O evento realizado na Câmara Municipal contou com a presença da pedagoga, mestre em Educação na área da Psicologia Educacional e doutoranda em Educação, Thaís Cristina Leite Bozza, que falou aos presentes sobre o tema Bullying e Cyberbullying: Desafios e possibilidades de intervenção educativa.
A palestrante abordou questões referentes ao Bullying e suas consequências, a realidade brasileira na era digital, o papel da escola e as legislações existentes.
Segundo o vereador Lucas Arruda, a existência de uma lei municipal sobre o assunto e a importância do tema nos dias atuais motivaram a realização do encontro.
“Esta é uma prática que acontece com frequência no ambiente escolar. Temos uma lei aprovada em 2012 que visa combater o bullying nas escolas e institui o dia 14 de fevereiro como o Dia Municipal de Combate, propondo ações nesse sentido. No início do ano, apresentei uma proposta à Secretaria de Educação para que pudéssemos discutir o assunto e, inclusive, solicitar a regulamentação da lei”, enfatizou.
A Lei Municipal n. 8.834, aprovada pela Câmara em 2012, estabelece ações com o objetivo de prevenir e combater a prática do Bullying nas escolas, envolvendo a família no processo de percepção, acompanhamento e crescimento de uma solução conjunta. A legislação prevê como práticas do Bullying, entre outras ações: ameaças e agressões verbais ou físicas como bater, chutar, agarrar e empurrar; submissão do outro, pela força, à condição humilhante ou constrangedora na presença de outros sujeitos; furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens alheios; extorsão e obtenção forçada de favores sexuais; insultos e atribuição de apelidos constrangedores ou humilhantes.