Chefe da fisioterapia da Santa Casa pede demissão. A saída coincidiu com a dispensa de 5 fisioterapeutas
A chefe da fisioterapia da Santa Casa, Mariliza Castilho Manzoni, deixou o cargo na semana passada e um dos motivos, pode estar relacionado às demissões previstas no setor. Anteriormente havíamos informado que o desligamento da chefe de fisioterapia ocorreu após a demissão de 5 fisioterapeutas na ultima sexta-feira, 3, mas a assessoria de imprensa do hospital informou que a decisão tomada por Mariliza foi antes. A medida administrativa repercutiu de forma negativa na cidade devido ao período de pandemia.
Na última sexta-feira, a direção da Santa Casa demitiu 5 dos 26 fisioterapeutas que atuam no hospital. Em nota a direção informou que estão sendo cortadas gorduras desnecessárias que, em vez de contribuir positivamente, estavam prejudicado o funcionamento de nosso hospital. Nenhum serviço de atendimento aos pacientes ficou sem o serviço de fisioterapia. A Santa Casa está trabalhando muito no sentido de atender a população nesta pandemia que se avizinha.
Porém a medida foi interpretada como inapropriada para o momento em que o hospital se preparar, justamente para atender as vítimas infectadas pelo Coronavírius, e o trabalho do fisioterapeuta nas UTIs, mais do que nunca agora é indispensável.
Ao tomar conhecimento das demissões a chefe da fisioterapia pediu seu desligamento, devido a dificuldade que o setor vai enfrentar com o desfalque da equipe, que estava completa em atendimento à Resolução – RDC ANVISA n°7, de 24 de fevereiro de 2010, que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento da Unidade de Terapia Intensiva e Portaria Ministral n°930, de 10 de maio de 2012.
Desta forma a Santa Casa encontrava-se regularizada conforme as exigências do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) e com o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Minas Gerais (CREFITO-4). “É lamentável as demissões desses profissionais competentes e capacitados, principalmente neste momento delicado em que se encontra o nosso Pais”, destacou Mariliza em carta que circula pelas redes sociais.
O documento ainda menciona uma reunião que seria realizada na tarde desta segunda-feira, 6, para tratar de outras possíveis demissões.
O presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 4ª Região, Anderson Luís Coelho, se posicionou contra da decisão tomada pela Santa Casa e manifestou a preocupação com o desligamento dos fisioterapeutas, justamente no momento de pandemia.
Segue a nota na íntegra:
Em um momento em que a pandemia da COVID-19 alcança todo o País e demonstra a importância crucial do fisioterapeuta neste cenário, sobretudo nas UTIs, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 4ª Região(CREFITO-4 MG) recebe com absoluta surpresa e preocupação a demissão de cinco fisioterapeutas da equipe da Santa Casa de Poços de Caldas.
Referência em saúde no Sul de Minas, o município dá um passo atrás em seu desenvolvimento e sofre um significativo desfalque em seus serviços fisioterapêuticos. Com a atitude, a direção do hospital afeta diretamente a população, principal prejudicada com os desligamentos.
Sabedor da seriedade da Santa Casa e do seu histórico positivo na cidade e em todo o Estado, o CREFITO-4 MG espera que a instituição mantenha um dos seus valores fundacionais, que é o da responsabilidade social, e que, não somente reveja as cinco demissões como amplie o seu quadro de fisioterapeutas, sobretudo em uma ocasião em que a população tanto necessita.
Dr. Anderson Luís Coelho
Presidente do CREFITO-4 MG
